Aqui vai mais uma memo on-line para outra visita ao "Grande Delta".
Como repararam, as temperaturas registadas no passado mês de "seca"
aconselham que se percorra o Delta o mais slow-pock possível. Ou seja,
apetece de repente despejar uns shots de Atari Teenage Riot, mas como dizia
John Peel, só com uma ambulância por perto.
António Sérgio
... eram as Aparições de fantasmas condenados a perseguirem-nos até ao fim
dos tempos.
Ana Cristina COLHER DE BLUES Na "Colher de Blues" (4 vezes por semana) é obvio que se iriam recuperar velhos registos do inimitável Johnny Coeland (RIP).
![]() (Ana Cristina) 3ª feira repetição do programa-reencontro com Shawn Smith no interior dos Brad, com INTERIORS como banda sonora. 5ª feira estava em agenda para uma sonorização que traria a voz de Massimo Troisi, naquele momento único em captura os "Suoni Dell'Isola" e os identifica sem recurso a metáforas. A banda sonora de Il Postino, pertence a Luis Bacalov, mas o que nos faz espantar os espíritos é o pequeno núcleo de artistas que se reuniram em torno da história que relata o exílio de Pablo Neruda , para voluntariamente solicitarem à Miramax a edição de uma banda sonora onde se incluem leituras dos poemas do "guerreiro das palavras de amor" estraídos de Vinte Poemas de Amor y Una Canción Desesperada, Cien Sonetos de Amor. A esta banda sonora, chamam os seus autores, A Valentine to Pablo Neruda e embora a ideia original partisse de Julia Roberts que mal viu o filme confessou o seu fascínio pela poesia de Neruua, pela performance única de Massimo Troisi e pela Mestria de Michael Radford, aglotinou nomes tão dispares como William Dafoe, Andy Garcia, Madonna, Glenn Close, Samuel L. Jackson, entre outros. Num regresso às "palavras" que falta nos faz o SOM - mesmo que fosse o desta ilha minúscula que dá por XFM.
Ana Cristina SANTUÁRIO
Às quartas o "Santuário" - Pena é mesmo não ter podido fazer um "especial"
sobre um dos ícones do delta, Nusrat Fateh Ali Khan! Há quanto tempo o seu
canto soava por aqui. O Paquistão festejava os seus primeiros 50 anos de
independência e logo chorava o seu maior cantor. Nas recordações resolvemos recorrer aos Drop Nineteens, Comateens e Talking Heads (early stuff). Nas novidades uma saliência para o album "How Bees Fly" dos norte-americanos Hazeldine. São de Albuquerque, Novo México e o som é um gigantesco arrastar por desertos onde cada heroica planta sobrevivente parece ser um aviso sério a todos nós. No Lp há uma versão de "Fuzzy" bem a propósito. (O original é de Grant Lee Philips) Hazeldine chegou-nos pela Glitterhouse em edição germânica. De resto, porque não confessar que mesmo sem trazer nada de novo "Be here Now" tem momentos de surpreendente eficácia. Os Oasis estão no sítio deles (o habitual é no topo da pilha) e recomendam-se aos detratores habitantes na infinita barrela de recicladores com menos mais ou nenhumas ideias, há uns tempos escondidos por trás de rótulos como jungle, schagzeug und bass, trip hippy hop (ou hope), endless senseless brainless breakbeat mania, etc. E já agora alguém sabe o que andou Tricky a fazer no "Quinto Elemento" senão figura de atrasado mental. Foi a febre, dizem-nos...
António Sérgio |