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OPINIÃO COM NOME PRÓPRIO

Procissões, sim...
sem espectáculo de mau gosto!

Todos os anos, logo que o Verão desponta, por todo o lado, surgem festas que dão mais vida e colorido à paisagem e ar folgazão e feliz ao povo das aldeias, que no dia-a-dia vive entregue ao trabalho agrícola, do nascer ao pôr do sol.

E na maioria das nossas aldeias e em algumas vilas e cidades, onde as festas religiosas ainda não foram descaracterizadas e adulteradas com espectáculos de mau gosto, a religiosidade popular mantém-se dentro de padrões aceitáveis, sem afronta à religião e aos bons costumes.

Para além do programa profano com arraial com grupos e ranchos folclóricos e concerto por bandas de música consagradas, no domingo, há a missa cantada em honra do(a) Santo(a) da devoção do lugar. E, à tarde, sai da igreja matriz ou capela a procissão que percorrer as ruas principais da localidade. O povo, disposto em duas filas, silencioso e compenetrado, segue à frente e, no meio do séquito, vão, em andores lindamente enfeitados, altaneiras e solenes as imagens dos santos, que jovens da povoação levam aos ombros.

Atrás, segue o pároco, só ou com alguns colegas, normalmente sob o pálio e, a fechar, uma ou duas bandas musicais, em passo marcial, executando obras sacras de compositores inspirados que tocam os corações e elevam os espíritos em mística reflexão.

Esta é uma imagem da procissão religiosa que nos veio dos antepassados e que os católicos da maioria das aldeias mantêm como manifestação da sua crença e devoção religiosa, numa simbiose perfeita entre a tradição e o magistério da Igreja Católica.

Outrora, por ocasião das principais festas litúrgicas (Natal, Páscoa, Anunciação, etc.) eram representados, dentro da igreja, passos da vida de Cristo e dos Santos, as virtudes da fé, com o intuito da edificar os fiéis para o bem e a espiritualidade. Eram os chamados autos religiosos ou mistérios.

Verificando-se abusos (apertões à entrada da igreja, cenas entre as pessoas de ambos sexos impróprias do lugar sagrado e ditos brejeiros entre a assistência e os actores) - como nos dão conta os Livros de Visitações das freguesias - os bispos das dioceses portuguesas proibiram a representação dos autos nas igrejas e passaram a representarem-se nos adros. Como os desmandos dos sexos, a linguagem libertina e a intemperança dos comes e bebes acompanhassem as representações dos autos nos adros, a autoridade religiosa baniu-os definitivamente, no século XVII.

E as actuais procissões religiosas, com todo o séquito de andores com imagens de santos, representações e figuras alegóricas (como os pastorinhos, Nossa Senhora e o Menino, as virtudes teologais, as obras de misericórdia, etc.) são em parte sucedâneas dos autos ou mistérios medievais e constituem manifestações públicas da religiosidade dum povo simples e crente.

E é agradável e ver o povo humilde, sem respeitos humanos, com dignidade e compostura no trajo e atitudes, sair à rua com os santos da sua devoção e processionalmente levá-los a abençoar os cantos da sua terra, por entre silenciosas orações, estalejar de foguetes e harmoniosos acordes de bandas de música. Isto é admirável e mercê o nosso respeito.

É, porém, reprovável e impróprio que uma qualquer fanfarra abra uma procissão religiosa - como já vimos - com uma infernal barulheira de caixas e bonbons, alternada com gritaria de clarins e prestidigitação de alguns tamborileiros que recolhem as baquetas que fizeram rebolar no ar!

Mais grave e desconcertante é a actuação em procissões religiosas de grupos de «majorettes» que, ao som de tambores, caixas e estridentes clarins gingam seus corpos e lançam ao ar os seus pequenos bastões que recolhem na queda e fazem passar por entre as suas pernas quase nuas! É uma estranha teatralização à americana, tão sem gosto e tão inadequada para um acto religioso como é uma procissão.

Há tempos, presenciámos aquelas «majorettes», de mini-saia e pernas ao léu, exibindo-se em lances de circo, numa romaria da nossa região. A cena das «majorettes» desviou o público assistente do verdadeiro sentido da procissão religiosa, que passava, e provocou sobretudo entre os homens os mais hilariantes, eróticos e inconfessáveis comentários!

Muitos dos que assistiram a este espectáculo de mau gosto e impróprio duma procissão confessaram-nos que esta cena de «majorettes», pouco edificante, se vem repetindo por outras festas religiosas da nossa região e do país. Mas a repetição (e a tolerância da Comissão de Festas) não legitima o acto, nem o iliba.

Sabemos que, na Diocese do Porto, assim como nas restantes do País, a actuação duma banda de música e dum grupo coral em festas e cerimónias religiosas está dependente de licença episcopal que, perante o pároco da localidade, é garantia da idoneidade e compostura do agrupamento. Por analogia, deve ser exigida a fanfarras e conjuntos de «majorettes» a autorização da Cúria diocesana para actuarem em actos religiosos - documento que certamente não lhes foi concedido por razões óbvias.

Pertence ao pároco da localidade verificar se a banda musical ou o grupo de animação ou outro quejando está devidamente credenciado pela Cúria diocesana para o acto religioso. Assim se porá termo a tanto rebombar e a tanta fantochada que desvirtuam algumas procissões da nossa região. Lembremo-nos que uma procissão religiosa não é uma estudantina e muito menos um desfile carnavalesco ou arremedo de circo.
Samuel Oliveira
in «Correio de Azeméis»
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VIDAS CONSAGRADAS

Missionárias Dominicanas do Rosário

A Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário nasceu no Perú, em 1918, e teve como fundadores a Madre Ascension Nicol e Monsenhor Ramon Zubieta, ambos dominicanos e de origem espanhola.

Desde a origem que esta Congregação se define como missionária, tendo aberto a sua primeira missão na selva peruana com o objectivo de ajudar à promoção humana dos nativos. Em 1920 foi agregada à Ordem Dominicana, tendo como carisma particular a evangelização dos pobres onde a Igreja mais necessitar.

A opção pelos mais pobres e a missão "ad gentes" fizeram com que a congregação estendesse a sua acção aos cinco continentes onde 130 comunidades, com cerca de um milhar de irmãs, procuram anunciar aos pobres a boa notícia de Jesus Cristo e trabalhar com essa gente na construção de um mundo mais justo e fraterno.

As Missionárias Dominicanas do Rosário chegaram a Portugal em 1939 e têm duas comunidades em Lisboa, três em Castelo Branco, uma no Porto e outra em Setúbal, tendo mais de 60 irmãs. Pertencem igualmente à Província Portuguesa quatro comunidades existentes em Moçambique.

Na Diocese do Porto, a acção principal desta congregação tem a ver com a educação cristã, tendo um estabelecimento de ensino, Jardim de infância e escola primária que serve cerca de 400 crianças, além do trabalho pastoral que realizam nas comunidades paroquiais vizinhas.


Irmãs de Maria de Schönstatt

O Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schönstatt é um dos seis institutos seculares fundados pelo P. José Kentenich em Outubro de 1926, na Alemanha. A fundação em Portugal data de 12 de Setembro de 1975, tendo 22 membros, quando no Instituto em geral são cerca de três mil.

O seu fundador nasceu em Gymnich, Alemanha, em 1885, e, desde cedo, se revelou um carismático educador da juventude. O melhor da sua vida dedicou-o à missão que Deus lhe confiara na Igreja e no mundo: a apresentação de Cristo e Maria como modelos de Homem Novo numa sociedade em rápida mudança. Bem significativas são as palavras que foram escritas na lápide do túmulo do Fundador e que, com simplicidade, caracterizam bem a sua vida e a dinâmica de todas as suas obras: "Dilexit ecclesiam" - amou a Igreja.

Este instituto secular teve a sua fundação em 1 de Outubro de 1926, mas só foi aprovado pela Santa Sé em 1948. Em 8 de Dezembro de 1976 o Papa Paulo VI concedeu-lhe o "Decretum Laudis". Tem por carisma a renovação do mundo em Cristo por Maria, os seus membros vivem em comunidades ou individualmente e fazem apostolado através da dinamização de grupos ligados ao movimento apostólico, ou inserindo-se na pastoral da Igreja local e na vida profissional.

Têm casas em Aveiro, Lisboa, Braga e Porto (R. do Meiral, 465 - 4400 Canidelo, Vila Nova de Gaia). Na Diocese do Porto trabalham nos serviços de secretaria diocesanos, na catequese de adolescentes e jovens de algumas paróquias, e na dinamização de grupos
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