Eclesial:

NA COMUNHÃO DAS IGREJAS

VILA REAL

D. Joaquim Gonçalves presidiu na tarde de domingo à ordenação de dois novos padres (António Areias e José Reigada) e de um diácono (João Curralejo) em Eucaristia que decorreu na igreja de N.ª S.ª da Conceição e que congregou meia centena de padres vindos desta diocese e das de Bragança, Porto, Lamego e Viseu. Foram ainda instituídos nos ministérios de Acólito Reis Luís e Augusto Tomás, da diocese de Sumbe, Angola, mas a estudar em Espanha, e no de Leitor: Delfim Cruz, Jorge Fonseca e Manuel Costa.

Esta diocese tem 26 padres com menos de 50 anos e 35 com mais de setenta. A diocese de Sumbe tem uns 15 padres. Além de saudar as comunidades dos candidatos ao presbiterado (Valpaços, Chaves, Montalegre, Mesão Frio e Angola), o Bispo enalteceu o papel da família e do Seminário, acrescentando que, para ser padre, não basta tirar um curso. São necessários espírito de iniciativa e mesmo de Missão, capacidade de trabalhar em grupo, dedicação ao povo «como um pai» e um permanente esforço de actualização. E concluiu dizendo que o padre é um dom de Deus mas que vem pelo esforço dos pais, comunidades e muitas outras pessoas e instituições.

Uma multidão encheu aquele grandioso templo, tendo dali levado para casa uma óptima catequese sobre o sacramento da Ordem.

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IGREJA NO MUNDO

SRI LANKA

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ACTOS E ACTAS

Mas, e entretanto?

Entrementes, César ou o Kaiser, assim como os czares, tronos e bancos todos, fazem circular a sua moeda cunhada com os símbolos dos seus reinos... Que fazer? Nos negócios correntes é tolice fazer o que Diógenes, que optou por falsificar a moeda e viveu como um cão raivoso, fazendo do cinismo a sua cultura. Discutir como os Fari - seus também não adianta, até por que César tem a faca e tem o queijo, ou julga que tem, e de qualquer forma com César ou co Ciro, com Santo Henrique, imperador, ou com S. Luís rei de França e Santa Isabel rainha de Portugal, todo o processo está na mão do Senhor que tudo faz correr e concorrer para o nosso bem e para o fim em vista.

Mas o Reino dos Céus não tem moeda própria? Sim, mas não dá para cambiar. O que Deus, o denário da Graça, a Dracma perdida é de quem varre tudo e a procura, a Pérola preciosa, o Tesoura escondido cujos talentos postos para render financiam uma outra economia.

É incontornável a questão política. Mais tarde ou mais cedo tinha que se pôr. Todos somos cidadãos de Duas-Cidades. No príncipio, ao tempo das fundações, e até por causa das perseguições as tentações não foram nem muitas nem grandes. E depois do "namoro" esboçado no concílio Niceia I (ano de 325) co Constantino, até à grande resistência e vitória contra o Estado iconoclasta, que perseguiu a Igreja com uma violência renovada, e em concílio Niceia II (ano de 787) foi um marco histórico, os sucessores de Constantino encontraram bispos da categoria de Atanásio e de Ambrósio, aquele no Oriente e este no Ocidente, que os enfrentaram co coragem e desassombro.

Goste-se, ou não se goste, a Questão Política é incontornável. A Igreja, corpo de Cristo, não é mais do que Cristo. Basta-lhe ser como Ele, que apesar de marcar a sua independência e distância em relação a César e a Herodes, acabou por ser levado ao Pretório e ao Palácio onde diante Pilatos, em poucas palavras, definiu a natureza do seu Reino, e diante de Herodes, em silêncio absoluto, consumou a ruptura com o ancien régime, o estatuto de Israel. Para as suas purificações e renovações é aqui que a Igreja periodicamente vem procurar orientação, inspiração, coragem e desassombro nas suas difíceis relações co César ou com o Kaiser, com todos os czares e tronos, potestades o dominações.

Mas não pode haver colaboração entre o reino-de-César e o reino-dos-Céus? Sim, quando aparecem homens singulares como Ciro, e em conjunturas como a Democracia, ou situações como a Anarquia. Então os cidadãos da Duas-Cidades em diálogo fecundo e em respeito mútuo, em pé de igualdade ao nível de questões diante das quais só os homens de boa vontade podem conjugar-se, uns e outros, os mesmos, estendem a mão e dão as mãos para salvar e promover o Bem-Comum, colaboração pontual, ponto por ponto, com a maior liberdade. E com perigos à vista. Ou como julgam que o bispo de Coimbra chegou a conde, e o bispo do Porto chegou a dono da cidade? Como julgam que foi possível o rei de Portugal fazer bispos dos seus filhos bastardos?

Nas relações entre o Estado e a Igreja todo o cuidado é pouco. À sombra da Igrja, por vaidade ou por inveja em relação a ela, o Estado tem tendência para se organizar ao modo-de-Igreja. E a Igreja, demasiado próxima do Estado, tem a tentação para se defender, e/ou para manter a supremacia, de se organizar ao modo-de-Estado.

Ora é preciso nunca esquecer que nas relações entre a Igreja e o Estado não há moeda de troca... Relações, a serem más, o melhor é não haver nenhumas. A serem boas, é preciso cuidar a necessária distância para que não se tornem más. Mas não há nada como a democracia, enquanto há. Os detentores do poder político, mesmo quando são católicos, na Igreja são leigos como o mais pequeno dos leigos, e os detentores do poder apostólico, mesmo quando são partidários do partido governante, são cidadãos como o mais pequeno dos Cidadãos. Mas, e os privilégios? O melhor era acabar com eles, mesmo quando são justos ou justifcados pelo direito dos Contribuintes. A História feita e sofrida ensinou-nos que os privilégios têm tendência para se tornarem injustos ou falsos. Só quando Deus for tudo em todos, e este Século finar, não haverá mais lugar para este extremo desconforto que nos faz pertencer simultâneamente a Duas-Cidades.
Leonel Oliveira
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Estudantes de Teologia

Duas centenas de estudantes vindos das escolas de Teologia de Braga, Coimbra, Évora, Guarda, Lamego, Lisboa, Porto e Viseu, e de Institutos das dioceses de Beja, Algarve, Aveiro e Leiria participaram no XV Encontro Nacional de Estudantes de Teologia que teve lugar em Lamego, de sexta a domingo.

Preparar o Grande Jubileu do ano 2000, terminando a fase preparatória e lançando a preparação próxima com o tema "Cristo", na linha do apelo do Papa, foi o objectivo deste encontro. Pretendeu ainda mostrar aos participantes as riquezas da região.

O Encontro começou com uma comunicação de Andrés Torres Queiruga, teólogo espanhol, professor de Filosofia das Religiões na Universidade de Santiago de Compostela. Este notável investigador fez uma reflexão sobre a relação entre Deus e os cristãos, insistindo que a Teologia esteja sempre atenta à realidade, para que a mensagem católica acompanhe a evolução dos tempos. Acrescentou depois que os padres devem saber apresentar Deus aos cristãos de modo que descubram o "Deus Amor", em vez das falsas imagens que por aí andam.

Um outro tema foi o do Ecumenismo, uma das principais preocupações da Igreja desde o Concílio Vaticano II. Ao pastor da Igreja Lusitana em Lisboa, Nelson Horta, coube, depois de uma resenha histórica da «desunião entre os cristãos», mostrar que actualmente estão em fase de aproximação, pois descubriram que «é muito mais o que os une do que o que os separa».

Um outro perito foi Casiano Floristán, teólogo espanhol que apontou as mudanças verificadas na Igreja após o Vaticano II e as inovações foram introduzidas pelo actual Papa João Paulo II. E acrescentou que, perante as crises mundiais de hoje, é necessário introduzir «uma nova cultura democrática na Igreja» e semear o entendimento entre todos os cristãos. E advertiu que, apesar do Vaticano II ter sido há 30 anos, há ainda focos conservadores que se recusam a um diálogo existencial com o mundo. Bem ao contrário, colocar-se na linha do Concílio, implica tornar-se «Igreja peregrina, sempre em realização e renovação».

O bispo de Lamego, D. Américo Couto, que ensinara Português aos papas João XXIII, Paulo VI, e João Paulo II, apelou à actualização da Igreja em Portugal e a uma maior partilha entre as dioceses, de modo a vencer gritantes desigualdades.


Universidade Católica tem novo Reitor

O Prof. Doutor Manuel Isidro Alves foi empossado, no dia 14, no lugar de Reitor da Universidade Católica Portuguesa. O novo Reitor, que é natural de Viana do Castelo, substituiu no cargo a D. José Policarpo, cujo segundo mandato terminava este mês. A tomada de posse realizou-se no Auditório Cardeal Medeiros, nas instalações da UCP, em Lisboa.

O novo Reitor, que é professor ordinário da faculdade de Teologia, desempenhou, entre outras, a função de vice-reitor de 1982 a 1994, tendo também ocupado o cargo de Director da Faculdade de Teologia nos anos 1988-1991.


Institutos seculares: «profetas da Esperança»?

Os institutos seculares existentes da Diocese tiveram no dia 13 e na Casa Diocesana de Vilar, um encontro de formação a que presidiu D. José Augusto, bispo auxiliar. Recordando que se realizara há pouco, no Brasil, o VI Congresso Mundial dos Institutos Seculares, que teve por tema «Como ser laboratório experimental rumo ao Terceiro Milénio», D. José lembrou que os institutos seculares devem ser «a síntese entre a consagração e a secularidade», tendo desafiado os consagrados seculares a viverem a sua especificidade de evangelizadores das realidades temporais, onde devem ser um «testemunho vivo e actuante do Amor que os une a Jesus Cristo Cabelça e Pastor». E incentivou os «leigos consagrados» a estudarem a exortação apostólica sobre a Vida Consagrada.
Explicou depois que a presença dos membros dos institutos seculares em ambientes tipicamente laicais pode representar «uma preciosa obra de evangelização dos ambuientes, das estruturas e até mesmo das leis que regulam a convivência social». Nesses lugares devem ser «profetas da Esperança» anunciando Jesus Cristo a todos os povos. E concluiu pedindo que o façam em unidade com a Igreja quando se prepara um novo milénio pelo revigoramento da Fé e do testemunho cristão.
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