A diocese do Porto vai acolher solenemente o seu novo Bispo, D. Armindo Lopes Coelho, no próximo Domingo, dia 21, às 16 horas, em solene concelebração da Eucaristia que terá lugar na Sé Catedral.
Já desde 29 de Julho, pelas 11 horas, que D. Armindo governa esta Diocese, depois de ter apresentado as suas credenciais da nomeação que havia sido feita em 5 de Maio, perante o Administrador diocesano cessante D. José Augusto Pedreira e o Colégio de Consultores. Estviram presentes ainda o Arcebispo-bispo emérito D. Júlio Tavares Rebimbas e os bispos auxiliares D. João Miranda e D. Manuel Pelino. O facto foi lavrado em Acta pelo Chanceler da Cúria, Cón. Artur Martins, tendo sido assinada pelo novo Bispo e pelo Colégio de Consultores. O acontecimento mereceu o devido relevo na Comunicação Social que acorreu, em massa, para conhecer o novo Bispo.
Nesse dia, D. Armindo manifestou, em breve saudação (ver caixa), a sua comunhão e fidelidade ao Papa, saudou D. Júlio salientando que deixou «uma herança ao mesmo tempo difícil e grata» e os Bispos auxiliares, bem como o Cabido e Colégio dos Consultores, e a Diocese nas suas instituições e pessoas, Seminários e comunidades paroquiais, sacerdotes, diáconos e leigos. Confirmou juridicamente todos os titulares dos ofícios eclesiásticos e outras funções para que tenham sido nomeados, cumprimentou os irmãos de outras confissões ou Igrejas e saudou todos os que vivem ou trabalham na área da Diocese, bem como as suas autoridades administrativas, judiciais, militares, académicas, desportivas e culturais.
Exprimiu depois o sentido da Missão
episcopal que o anima e o desejo de
corresponder aos anseios da sociedade
e do tempo em que vivemos tendo
concluído: «Sejamos dignos
desta vocação que nos une em humanidade e
torna particularmente responsáveis
os cristãos, obviamente, a nossa Igreja do
Porto».
Quem é o novo Bispo do Porto?
D. Armindo nasceu em Felgueiras em 1931, foi ordenado presbítero na Sé Catedral do Porto a 1 de Agosto de 1954. Nomeado Bispo Titular de Elvas e Auxiliar do Porto em 5 de Janeiro de 1979, foi ordenado na Sé do Porto a 25 de Março seguinte por D. António Ferreira Gomes.
D. Armindo frequentou o Seminário do Porto e a Universidade Gregoriana, em Roma, até 1959, tendo-se licenciado em Filosofia e em Teologia. Em 1959, foi nomeado Professor e Prefeito no Seminário Maior do Porto, onde leccionou até 1974. A 10 de Julho de 1970 foi nomeado Vice-Reitor do Seminário Maior com exercício pleno da Reitoria. Durante alguns anos foi também professor de Religião e Moral no Liceu Rodrigues de Freitas, professor de Moral no Instituto de Serviço Social do Porto e Professor de Teologia Dogmática no Centro de Cultura Católica. A 21 de Julho de 1962 foi nomeado Assistente Diocesano da JUC, tendo exercido o cargo até 1965. Dedicou-se ainda à Pastoral Familiar, às Equipas de Casais de Nossa Senhora e à Escola de Pais Nacional, de que foi co-fundador em Portugal.
Em 11 de Abril de 1971 foi nomeado Cónego Capitular da Sé Catedral do Porto. Em 19 de Fevereiro de 1975 é nomeado Reitor do Seminário de Nossa Senhora da Conceição (Seminário Maior) do Porto. Em 19 de Abril de 1975 é nomeado Vigário Episcopal para o Clero e Renovação do Ministério Eclesiástico e em Março de 1976 torna-se Pró-Vigário Geral da Diocese.A 5 de Janeiro de 1979 é nomeado Bispo Titular de Elvas e Auxiliar do Porto, sendo a Ordenação Episcopal realizada na Sé Catedral do Porto a 25 de Março de 1979 e presidida por D. António Ferreira Gomes.
Desde 27 de Outubro de 1982 até 13 de Julho de 1997 foi Bispo de Viana do Castelo, de que permanece, por nomeação, como Administrador Apostólico até que essa diocese tenha um novo bispo.
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«Em obediência ao Cân. 382, alínea 2 e 3 do Código de Direito Canónico, apresento-me para tomar posse canónica da Diocese do Porto, para a qual fui nomeado em 5 de Maio de 1997, transferido da Diocese de Viana do Castelo, por Sua Santidade o Papa João Paulo II. Para cumprimento do que estipula o Direito Canónico (Cân. 382, alínea 2), apresento Declaração/Certificado do Senhor Núncio Apostólico, em substituição da Bula Pontifícia ainda não recebida.
Neste momento desejo exprimir, mais uma vez, os meus sentimentos de comunhão e fidelidade ao Papa, a quem agradeço a confiança em mim depositada. Em Vossa Ex.cia Senhor D. Júlio, saúdo o Bispo que serviu exemplarmente esta Diocese, e me deixa por isso uma herança ao mesmo tempo difícil e grata. Espero de Vossa Ex.cia Rev.ma a presença continuada de amizade e de solicitude, na força do exemplo e na sabedoria do conselho necessário. Dos Senhores Bispos Auxiliares e do Il.mo Cabido que constitui o Colégio dos
Consultores Diocesanos, espero a melhor colaboração que terá desde já para mim o carácter de iniciação à vida e à pastoral da Diocese.
Saúdo a Diocese do Porto na totalidade das suas instituições e pessoas singulares, designadamente os Seminários e comunidades paroquiais, os sacerdotes, os diáconos e os fiéis leigos.
Para assegurar o normal funcionamento das instituições e da regularidade da vida eclesial na Diocese, ao terminar o mandato do senhor administrador diocesano, confirmo juridicamente todos os titulares dos ofícios eclesiásticos e outras funções para que tenham sido canonicamente nomeados antes da vacância da Sé portucalense, sem prejuízo de um futuro encontro pessoal e consequente avaliação, até para uma mais completa informação sobre projectos iniciados e actividades em curso.
Apraz-me cumprimentar fraternal e respeitosamente os irmãos de outras confissões ou Igrejas com as suas competentes hierarquias. Seja-me lícito também dirigir cordiais saudações a todos os cidadãos que vivem ou trabalham na área desta Diocese e não se reconhecem em rigor como diocesanos nem reconhecem no Bispo uma pessoa solidária preocupada com eles.
Finalmente cumprimento as Ex.mas Autoridades da área da Igreja diocesana: os Senhores Governadores Civis, os Senhores Presidentes das Assembleias e Câmaras Municipais, das Assembleias e Juntas de Freguesia; As Ex.mas Autoridades Administrativas, Policiais, Militares, Académicas, Desportivas e Culturais. Desejaria que as palavras e os sentimentos que me acompanham nesta cerimónia de tomada de posse ultrapassassem a dimensão formal que o direito exige, para exprimirem o sentido da missão episcopal que me anima, a par de um sincero respeito para com todas as pessoas sem qualquer espécie de apriorismos
ou preconceitos. A sociedade e o tempo em que vivemos exigem de cada um o mais empenhado contributo para a paz, a liberdade o progresso e a felicidade de todos. Sejamos dignos desta vocação que nos une em humanidade e torna particularmente responsáveis os cristãos, obviamente, a nossa Igreja do Porto».
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