A XFM ESTÁ EM LUTA

FÓRUM DEDICADO À
SUSPENSÃO DAS EMISSÕES DA XFM



A XFM continua viva na Internet!
Mantenha-se atento nos próximos dias.


COMENTÁRIOS - 14 a 21 de Setembro 97



Por: Tiago Azevedo Fernandes - taf@etc.pt
Sun Sep 21 17:52:17 1997

- Para os clientes da Telepac que tentaram vir ao servidor da X e não conseguiram neste fim de semana.

Apareceram alguns problemas técnicos no "routing" entre a Telepac e o nosso "provider", que é a Global-One, pois ao que parece as rotas na Telepac estão instáveis e confundem os "routers" da Global-One. Por isso, desde já as nossas desculpas, apesar de sermos alheios ao problema.
Se isso voltar a acontecer, por favor protestem com a Telepac! ;-)


Por: Rui Silva - rmsilva@mail.telepac.pt
Sat Sep 20 15:41:25 1997

Olá a todos. Há já algum tempo que não venho a este fórum. Com muta pena minha, mas o facto é que mal tenho tido tempo para... comer.
De qualquer forma, gostaria de dizer que continuo com esperança na X. Espero ansiosamente pelas festas de 11 de Outubro. Por favor, divulguem depressa o programa para o Porto.
Entretanto, comprei uma T-shirt da X no 31, no Porto. É espectacular. Só espero que o dinheiro não vá parar aos malvados da Lusomundo.
Entretanto, Ana Cristina, muito obrigado pelo poema no Espanta Espíritos. Espero que o sonho não se fique pelo sonho. Um abraço a todos,

Rui


Por: Alberto Santos -
Fri Sep 19 21:39:38 1997

Ouvia a X no seu todo mas as minhas prefêrencias, isto sem tirar o mérito aos outros que aliás eram (são) todos excelentes, iam para as emissões da Silvia Alves, Aníbal Cabrita e Ricardo Saló que de resto já ouvia muito antes da X abrir: a Silvia e o Ricardo na Antena 1 o Aníbal na Comercial e também na Antena 1. Com o fecho da X Deixei de Ouvir rádio.Volto a ouvir caso a X regresse ou então mal saiba que um dos profissionais mencionados tenha um programa de autor numa rádio que não choque com aquilo que sempre gostei de ouvir numa rádio... O que é dificil encontrar face ao panorama rádiofónico que temos.Não me chocava voltar a ouvir A Silvia o Aníbal e o Ricardo na Antena 1, por exemplo,e lembro-me dos 'Sete Mares'e do 'Imaginário ' dois dos grandes programas que a Antena 1 já alguma vez teve. Seria uma alternativa... Mas a minha aposta continua a ser a X, Sempre!! No seu todo.


Por: Bruno Dias - bdias@nautilus.fis.uc.pt
Fri Sep 19 20:30:05 1997


Boa noite,X :


Vou agora de ferias, pelo que perco o acesso a net.

Da alma da X ficam-me entao a vossa (minha) musica:

LUSCIOUS JACKSON SOUL COUGHING
RADIOHEAD MAO MORTA
GARBAGE FLUKE
BJORK dEUS
SPIRITUALIZED
LAMB MORCHEEBA
PJ HARVEY VANESSA DAOU
NICOLETTE ELYSIAN FIELDS
PORTISHEAD GOLDEN PALOMINOS

Continuem a lutar pela X na net, adeus.


Por: Telmo Azevedo Fernandes - telmo@etc.pt
Fri Sep 19 18:33:20 1997




Festas da Imensa Minoria em Lisboa

11 de Outubro - Sábado

Local: Boqueirão do Duro (parque de estacionamento Conde Barão)

Preço dos Bilhetes: 2000$
quem se inscrever na AIM pagando 5 mensalidades em avanço (5 contos) tem desconto de 50 por cento no bilhete.

Começo das Festas: 17 horas


Programa:

Concertos - Da Weasel, Tina & The Top Ten, Kruder & Dorfmeister e outros nomes sonantes que serão divulgados a seu tempo...

DJ's da XFM

VJams e projecções

Actuações de dois grupos de teatro

Ecrans de TV para acompanhamento do jogo da Selecção Nacional ,Portugal vs Irlanda

Hora de encerramento das festas: só Deus sabe quando ... :-)


Em breve será divulgado o programa das festas da imensa minoria no Porto - dia 18 de Outubro




Por: Sarah Adamopoulos - doroteia@ip.pt
Fri Sep 19 16:40:13 1997

Zona Reservada na TSF
---------------------

Olá again.

Ouvi ontem pela primeira vez o novo programa do Aníbal Cabrita. Na TSF como saberão, entre a 1 e as 3 da manhã. E soube muito bem. Recomendo aos ex-ouvintes da X temporariamente privados de som contínuo, aos fartos dos CDs e das K7s, etc. :-)

Sarah


Por: Elsa Escaja - não tem!
Fri Sep 19 16:39:29 1997

As saudades da X são enormes...

Acredito que o projecto X vai voltar.

Apesar da polémica sobre a saída de vários elementos da X para outras rádios, acho que pelo menos é bom ouvir as vozes e as músicas de que temos saudades.

Penso que quando a X voltar, será um novo projecto com pessoas da mesma equipa e talvez com pessoas novas (nada se perde, tudo se

transforma...).

Até breve!


Por: Tiago Azevedo Fernandes - taf@etc.pt
Thu Sep 18 23:39:49 1997

Pronto, eu confesso: há já algum tempo que não vinha ao fórum...
Mas foi por uma boa causa, uma vez que tenho estado a trabalhar nos bastidores para o Projecto X. Estive agora a ler os comentários que faltavam.

Algumas notas soltas.

1) In$criçõe$ para a AIM: algumas, mas poucas ainda :-(
Claro que a AIM ainda não está formalmente constituida, mas vai a caminho. Temos informações do RNPC de que o nome terá sido aprovado e que o cartão de pessoa colectiva vem a caminho. :-)

2) Contactos com grupos económicos: espera paciente, enquanto estudam a questão com base nos dados que lhes enviamos. O que acontecer nas comemorações do quarto aniversário da X deve ser fundamental para a sua decisão.
Ai se a ETC tivesse dinheiro suficiente!... ;-)

3) 11 e 18 de Outubro -> Concertos/Festas no Porto e em Lisboa, pelo menos.
As coisas estão bem encaminhadas. :-) Em Lisboa, dia 11, isso está a ser tratado mais pela equipa X (grande festa que vai ser!), aqui no Porto (dia 18) pela ETC.
Falando mais do Porto (sobre Lisboa depois alguém falará), o concerto deverá ser no Coliseu e a produção executiva está a cargo da Xinfrim. Esperem até ver a lista de bandas! ;-)
Seguem-se festas em bares, pela noite dentro.
No Porto os bilhetes serão grátis para os associados da AIM. :-) Em Lisboa também haverá regalias! :-)

É FUNDAMENTAL PASSAR PALAVRA !
Obviamente, a X vai voltar!


Por: Sarah Adamopoulos - doroteia@ip.pt
Thu Sep 18 23:05:57 1997



Yo!

Já cá não vinha há algum tempo. Ainda estão por cá. :-) Que bom.

Sarah


Por: Telmo Azevedo Fernandes - telmo@etc.pt
Thu Sep 18 16:35:22 1997


O Festival de Jazz de Monterey começa já no próximo Sábado.

Mais Informações no site da
CNN
ou aqui


Por: Zé Mota - isis@mail.telepac.pt
Thu Sep 18 16:00:12 1997

Anteontem, terça feira, estava programado como habitualmente para esse dia na TV2 o programa do Jools Holland para o fim da noite. Mas, quase sem qualquer aviso prévio (apenas uma nota verbal no anúncio de programas já na noite desse dia, estando ainda na legenda o programa do Jools!), foi substituído por um outro sobre a Maria Callas porque era o 20o. aniversário da sua morte.

Não ponho de modo nenhum em causa que se homengeie a Callas, mas este episódio demonstra bem a falta de respeito, irresponsabilidade e desorganização (sim, porque foi nitidamente porque à última da hora é que se lembraram da efeméride) dos "responsáveis" da TV2 pela pequena audiência que têm e pela totalidade dos contribuintes que lhes pagam os ordenados.

Ou será porque a minoria "operática" tem muito mais peso que a "alternativa"?

"Serviço público"? Grande treta (para não usar outra palavra de 5 letras)...


Por: Joaquim Alvarelhão - jjma@appc.pt
Thu Sep 18 13:50:49 1997

Ainda não voltaste?


Por: Paulo Antunes - pavel@mail.telepac.pt
Thu Sep 18 0:56:09 1997

Eu quero a X de volta. Não é quero como em "gostava". É com em "exijo!".
AH!AH!...
Gostava muito que alguém dissesse: "Era a brincar. A malta da X queria era
férias. Já cá estão todos outra vez. Tomem lá Tindersticks"
Não há ninguém...?!
Desculpem lá não adiantar grande coisa ao Fórum ("fórum" é um
bocado TSF, não é?), mas se me pusesse para aqui a dizer coisas o mais provável
era não adiantar grande coisa e só ocupar bandwidth.
Por falar em TSF: "quo vadis", Aníbal Cabrita?

litle nemo


Por: Vitor Junqueira - VitorJ@ip.pt
Wed Sep 17 22:26:05 1997

As estocadas do dia (Telmo A.Fernandes vs J.P. Feliciano):

1º assalto:
TAF - Todos sabemos para quais as bandas os nossos gostos se inclinam, mas não será uma sobranceria e arrogância culturais menosprezar os outros artistas?…
PF - Eu não menosprezo os "outros artistas". Mas os artistas de quem eu gosto são frequentemente menosprezados.

2º assalto:
TAF - Na área da cultura apenas me lembro de um sector em que a intervenção do Estado é indispensável - o património.
PF - pois para mim há um outro sector muito mais importante: O FUTURO!

Estes duelos estão cada vez mais interessantes!

Um abraXo a todos,
Vitor Junqueira

PS: Já ontei me esqueci e agora ia pelo mesmo caminho. Ontem fizeram vinte anos que duas grandes personalidades da música morreram. Marc Bolan e Maria Callas. Cada um soube à sua maneira dar provas do seu talento. Eram, na sua altura, e continuam a ser hoje, perfeitos exemplos da magia que a música consegue criar. Ontem, pude ouvir a Callas na rádio. Ainda bem. Mas não ouvi o Bolan e tenho quase a certeza que ninguém ouviu também. É este o panorama radiofónico nacional. Where are the Children of the Revolution? Have someone fooled the Children of the Revolution?


Por: Paulo Morgado - pmorgado@ip.pt
Wed Sep 17 20:18:42 1997

Confesso que só nos ultimos dias fiquei convencido acerca da estratégia de procurar apoio entre outros grupos empresariais.

O triste exemplo da lusomundo é recente e claro, a ultima coisa que gostaria é que a X volta-se, e no mês seguinte, estarmos aqui a iniciar novo forum, com o mesmo tema.

No entanto os argumentos apresentados pela ETC, são perfeitamente razoáveis e infelizmente apresentam-se sem alternativas.

Isso não significa que descuremos a ideia da Associação, quanto mais forte esta se apresentar mais hipoteses teremos de voltar a ouvir a X. Convem não o esquecer.

E já agora uma unica questão sobre a Associação, como estamos de inscrições até ao momento?

É provavel que muitos estejam á espera da constituição formal para aderirem. Mas julgo que ainda que a adesão actual não seja grande não é descabido algum feed-back para os outros.



Por: RUI DUARTE-AMADOR - ruiamador@hotmail.com
Wed Sep 17 18:13:44 1997

chegou a hora do adeus
e infelizmente nós aqui ficamos
ficamos agora sós sem uma voz amiga que nos apoiava
como verdadeiramente só os grandes amigos apoiam
ou seja uma voz que nós utilizavamos a nosso bel prazer, quando queriamos mas que, mesmo quando não a estavamos a ouvir ou muito simplesmente não queriamos
sabiamos que ela mesmo assim estava lá.
felizmente não vou continuar neste país pois vou-me embora por um ano por motivos de
estudo, mas espero que quando eu voltar em julho de 1998, a X esteja de volta
com toda a sua pujança e boa musica, que tanto nos faz falta.

a X acabou e agora já ouço algo diferente no ar
e é o silêncio que é prferível ao muito de mau qeu passa np nosso
panorama radiofónico.

adeus X e até breve






Por: Bruno Dias - bdias@nautilus.fis.uc.pt
Wed Sep 17 18:12:47 1997

Boa tarde.

A questao do serviço publico em prol das minorias
monopoliza de tal forma este forum, que nunca mais ninguem
se pronunciou sobre o dia 11 de Outubro. O que se vai
la passar?

- Que grupos irao actuar?
- Como se ira aproveitar esta festa para tornar visivel a X?
- Que tipo de acçoes em prol da X serao feitas por parte da AIM?
- A equipa da X estara em peso nesta festa, para os podermos conhecer
e falar com eles acerca do futuro da X?

Ate ao proximo mail.





Por: Nuno Rocha - coste-ro@reze-1.rz.rwth-aachen.de
Wed Sep 17 17:02:54 1997

Ola a todos!

Nao estou muito dentro dos ultimos passos dados a
favor do retorno da XFM.

Como podem ver pelo meu endereco e-mail motivos de
estudo trouxeram-me ate a Alemanha.

Mas em Portugal a minha radio era a X, embora no
Porto o sinal nao fosse forte o som era bom.

Assim e estando aqui longe nao quero deixar de
apoiar a luta para a criacao de uma nova X de
forma a quando for a Portugal disfrutar, para alem
do Sol e da boa comida, a boa musica e as grandes
emissoes da X

Um abraco

|\|uno |2ocha


Por: Dirceu Vaz Pinto - -
Wed Sep 17 16:41:15 1997

Só hoje é que posso escrever, um pouco tarde. Por enquanto só para dizer que a X me faz muita falta e que a minha vida está mais pobre (lágrimas). Mas espero que nos concertos que se avizinham (Ben Harper, Walkabouts, Tindersticks) se possa sentir o seu espírito, e que, à semelhança do que acontece com o Aníbal Cabrita e o Rui Neves, os outros também encontrem espaços para si nas outras emissoras. Mas só enquanto a X não volta...


Por: Sofia Mendes de Morais - smm@students.si.fct.unl.pt
Wed Sep 17 15:48:54 1997

Não vou acrescentar nada de novo a este Fórum, mas ...

EU QUERO A XFM DE VOLTA !!

Quero acordar ao som dos Mazzy Star, partilhar a minha adoração pelos Smashing Pumpkins com o Nuno Reis!

Agora que eu estava disposta a começar a ouvir drum'n'bass... os meus amigos bem que me pressionam!

Beijos a todos !
A luta continua !

Sofia


Por: Zé Mota - isis@mail.telepac.pt
Wed Sep 17 14:26:34 1997

Repito a mensagem de ontem que saiu truncada.

Acerca do comentário do Telmo Azevedo Fernandes de ontem às 18:37:58 - estou 100 por cento de acordo.

Passo a citar (traduzindo) dois dos parágrafos finais do artigo na Wired que referi antes ("Is Government Obsolete?" in http://wwww.wired.com/wired/4.01/departments/electrosphere/government.html), e que resumem de modo adequado a minha opinião:

«Mas, para o futuro imediato, qual deverá ser o modo mais sensato de o governo actuar na vida económica? A realidade sugere que a sociedade tira mais benefícos quando o governo se abstém de interferir no dia a dia da actividade de mercado, enquanto que ao mesmo tempo mantém não apenas uma poderosa arma antimonopolista, para o caso de ser necessário contrariar os efeitos redutores da inovação por via da monopolização, mas também um papel minimalista e prudente na promoção dos interesses públicos mais vitais.

«Em resumo, devemos abandonar o mandato dos tempos da era industrial que orientou o papel e as acções dos governos ao longo dos últimos 200 anos. Muito do que o governo costumava fazer deve agora ser feito pelas pessoas, actuando conjuntamente através das comunidades sociais e económicas por si próprias criadas. Quanto às actividades que restam ao governo, devem ser realizadas de modos inovadores, mais dinâmicos e responsáveis perante o mercado.»


Por: Paulo Feliciano - jpfeliciano@expo98.pt
Wed Sep 17 12:55:38 1997

ESGRIMINDO ARGUMENTOS
comentários ao post do TELMO A. Fernandes

Cultura, Estado e os serviços públicos:

TAF - O que é a cultura? Haverá conceito mais volátil?
Reportando-me apenas à área da música, o que será mais "cultural": ouvir uma composição de Mahler ou uma música dos Tindersticks? Ouvir as Spice Girls ou o Khaled? Mão Morta ou José Cid?

PF - Cultura é isso tudo com muito mais ainda. E é isso que se pretende, muito mais e muito mais diferente (e não, muito mais do mesmo)

TAF - Todos sabemos para quais as bandas os nossos gostos se inclinam, mas não será uma sobranceria e arrogância culturais menosprezar os outros artistas?…
PF - Eu não menosprezo os "outros artistas". Mas os artistas de quem eu gosto são frequentemente menosprezados.

TAF - Com que base se poderá afirmar que quem ouve Michael Jackson é menos culto que uma pessoa que dedica a sua vida a escutar Bach?
PF - não é uma questão de mais ou menos, é uma questão de qualidade e diversidade.

TAF - Na verdade, "ultima ratio" não há argumentos que possam sustentar esta posição. Todos os gostos são discutíveis, mas igualmente legítimos e respeitáveis.

PF - Claro que há argumentos.

TAF - Outro conceito muito utilizado nestas páginas, mas nunca definido, é o de "serviço público".
O que significa este jargão?

Para mim, serviço público será o papel do Estado em assegurar a todos os cidadãos que assim o desejem o contacto e usufruto, independentemente da sua condição sócio-económica, de serviços que de outra forma não lhes possam ser oferecidos, dentro dos limites do bom senso.

PF - é isso mesmo. e por isso é que eu quero ter a RTP2 e a antena2 e o CCB...e gostaria de ter muito mais coisas que nenhum investidor privado está em condições de promover, porque o mercado é determinado por um panorama sócio-cultural-económico.

TAF - Hoje em dia não há razões para o Estado ter um canal público de televisão, para ter posição de monopólio nas telecomunicações ou para ser o único fornecedor de electricidade ao país.

PF - não há razões para ser monopólio, mas há mais que razões para participar em todos esses serviços com o objectivo de diversificar a oferta e assegurar standarts mínimos de qualidade.

TAF - A questão não está só em saber se os privados podem ou não assegurar serviços pouco ou nada rentáveis, mas saber se o Estado o faria melhor. A experiência diz-nos que não o faz.
PF - sim, mas isso é outar questão. E eu sinto-me muito mais no direito de protestar em relação ao Estado do que em relação a administrações de empresas privadas

TAF -. Mais, saber em que medida esses serviços são realmente necessários.
PF - são, sobretudo se não existirem noutro lado.

TAF - Na área da cultura apenas me lembro de um sector em que a intervenção do Estado é indispensável - o património.
PF - pois para mim há um outro sector muito mais importante: O FUTURO!

TAF -Centremo-nos no entanto nos media:

Seja de que cor política for o governo, os orgãos de poder do Estado terão sempre a tentação, mais ou menos vincada, de exercer pressão sobre uma televisão ou rádio na sua alçada, de orientar a sua programação de acordo com a visão e background cultural dos seus responsáveis.

Isto é um facto.
PF - esse é um triste facto, sobretudo tendo em conta o baixíssimo nível cultural da classe política.

TAF - Mas que legitimidade terá um Ministro da Cultura para definir uma orientação para a política cultural de um país? Em que termos o fará? Se for um melómano estará especialmente sensibilizado para a música. Mas que música? E as outras áreas? Não deve haver orientação de gostos, artistas outsiders e artistas do "establishment".
PF - Não. deve é haver condições dinãmicas de produção, distribuição e diversificação.

TAF - "Mas se não houver uma TV2 não poderemos ver o Jools Holland!" Falso.
Para assegurar uma programação variada e o respeito pelas minorias, não é preciso ter um canal de televisão ou de rádio do Estado. Bastará, tão só, legislar no sentido de o Estado comprar os necessários espaços aos operadores privados. Caríssimo? Não, infinitamente mais barato do que actualmente se gasta na RTP ou RDP.
PF - isso na realidade só alterava a natureza daquilo de que o estado era dono. Não o afastava da intervenção. E nesse caso acho que é preferível ter estructuras efectivas.

TAF - Outra questão que normalmente se esquece é que o "Estado" são todos os contribuintes.
PF - por isso o melhor mesmo é o estado providenciar aquilo que não é possível encontrar noutro lado.
TAF - Pensemos na seguinte situação: Ao Joaquim é facultada a possibilidade de ver uma peça de Shakespere na televisão ou, nas mesmas condições, assistir ao Juiz Decide. O Joaquim paga todos os seus impostos a tempo e horas. O Joaquim opta pelo Juiz Decide.

Porque razão terá o Joaquim de pagar para que outros que não ele vejam a peça de teatro que ele rejeitou?
PF - O Victor Junqueira já respondeu e muito bem. É uma questão de assegurar um maior leque de opções.

TAF - O dinheiro dos contribuintes tem de ser sabiamente gerido e cada cidadão respeitado nas suas opções. Mas, como vivemos numa sociedade democratica, cabe ao Estado garantir a pluralidade de opções. É nessa base que o dinheiro dos impostos do Joaquim poderá ser legitimamente utilizado. Para isto, já o disse, não precismos de canais públicos de televisão ou de rádio.
PF - pois é, precisamos é para assegurar a utilização dos dinheiros do Manuel, ou do João (Paulo Feliciano, por ex.).

TAF - Privatize-se a RTP e a RDP e o Estado que compre os espaços que forem necessários assegurar nas respectivas programações.
PF - sinceramente não entendo o objectivo....

TAF - Em última instância os operadores privados perceberão que as minorias do estilo da X não serão tão minoritarias como isso. São nichos de mercado com características muito próprias e passarão a estar interessados em explorar comercialmente os programas e gostos das "imensas minorias".
PF - Até lá ainda falta muito. E é esse muito que o Estado pode fazer.

TAF - Nessa altura, estará assegurada a "nossa" programação e mais dinheiro terá o Estado para gastar na defesa, conservaçãodo e restauro do património. Poderemos então ouvir tranquilamente os Tindersticks e não correremos riscos da cultura estar dependente de calendários eleitorais ou conveniências políticas do momento.
PF - Desculpem mas isso é ingenuidade.

TAF - Concretamente no que respeita ao um eventual apoio do Estado ao novo projecto X há que fazer algumas considerações:
Neste contexto, existem outras hipóteses de o Estado nos apoiar:
a) declarando ser a AIM (em vez da rádio) uma entidade de manifesto interesse cultural.
b) Sendo um anunciante regular na X. Quando a X voltar nem sequer será preciso insistir muito neste ponto porque o Estado percebe que quem ouve a X é que vai ao cinema e ao teatro que eles apoiam. Por isso o interesse em anunciar na X seria manifestado pelo própio Estado.
PF - Isso seria o minimo.

um abraXo, até Xempre.

nota: obrigado Ana Cristina.


Por: Ana Cristina - __
Wed Sep 17 10:46:19 1997

Ouvidos, por ouvidos,
O Ciclone inicia hoje as suas actividades da semana.
Situado no antigo Johnny Guitar, com a alma da Cool Train Crew
e a hospitalidade do Alex, Pierre Ive e da linda Laure.
Alguns elementos da equipa da X, costumam passar por lá: Isilda, Teresa Salomé
António Sérgio, Nuno Reis e eu...
Esqueçam o intenso calor e mergulhem com a CREW!
Os nosso ouvidos também merecem!


Por: Ana Cristina - __
Wed Sep 17 10:38:28 1997

Ontem no Ritz a festa pertenceu aos
Tina and the Top Ten (uma orquestra de guitarras)
uma noite de BOA música!!!
Que alívio para os ouvidos!
Obrigado João Paulo!!
E também pela militância de quem tem envergou a
camisola e ergueu o estandarte da XFM.
Cool, man!!
Beijos!
Ana


Por: JoaoPenteado - jpsp@inesc.pt
Wed Sep 17 10:18:19 1997

Alguem neste forum pediu nomes para poderem fazer
parte de uma futura X caso os actuais se mostrem
indisponiveis.
Rui Neves -> Jose Duarte. Penso que tambem ficavamos
muito bem servidos.
Furo na grelha -> Joao Penteado. Com um programa de
musica 'Atmosferica'. B. Eno, H. Bud, Laragi, etc, etc.

SEXO
XFM
Rock & Roll

JoaoPenteado


Por: Bruno Dias - bdias@nautilus.fis.uc.pt
Wed Sep 17 0:49:00 1997

Boa noite a todos os cibernautas.

Neste forum a questao do serviço publico é das mais
discutidas, numa das ultimas mensagens, Telmo Azevedo
Fernandes escreveu,em 16/9:
" Hoje em dia nao ha razoes para o
Estado ter um canal publico de televisao..."
Escrevia ainda:
"...legislar no sentido de o Estado comprar os necessarios
espaços aos operadores privados..."

A meu ver esta nao é para mim a melhor soluçao. Esses espaços
a existirem nas televisoes privadas,seriam naturalmente curtos.
Dai surgem varios problemas, a RTP2 neste momento ocupa-se de
minorias, que espaço ficaria assim para a musica? Alem disso,
a musica da propria X era ela propria constituida por varias minorias,
veja-se o caso do programa do Luis Reis. Desse modo quanto tempo se
dedicaria a cada tipo musical?
Outro problema refere-se com os horarios desses programas culturais.
As televisoes privadas nunca iriam permitir que esses programas
ocupassem horarios de grande audiencia, logo teriamos a RTP2
encolhida e a horas impossiveis. Mantenho por isso a minha posiçao,
deixem a RTP2 em PAX. Ela vai-me permitindo ver uns ciclos de cinema
excelentes.

Um abraço a todos os cibernautas, especialmente ao Vitor Junqueira,
Vitor Marques e ao Telmo Azevedo Fernandes, afinal este forum serve
tambem para criar novas amizades, mesmo que discordemos uns dos outros
ou talvez por isso mesmo.


Por: Vitor Junqueira - VitorJ@ip.pt
Tue Sep 16 21:52:01 1997

Bem sei que esta controvérsia em redor da intervenção do Estado no meio radiofónico nacional começa a perder o seu significado e já todos percebemos que existe algum consenso neste fórum acerca desta questão, ou seja, o Estado não deve intervir. Mas não posso deixar de tecer alguns comentários, por mais que saiba que cairão em saco roto, ao último post do Telmo Azevedo Fernandes:

TAF:Hoje em dia não há razões para o Estado ter um canal público de televisão.
VJ: Fico bastante desiludido quando ouço alguém que desde o princípio se tem mostrado tão empenhado pelo regresso da X perfilhar deste tipo de ideias. Pensei que as razões fossem óbvias. Acho que bastaria olhar para o nível intelectual do português médio para aí encontrar essas razões. Pensei também que bastaria olhar para o número de pessoas que lêem livros e jornais quando comparado com outros países da Europa, onde o Estado intervém desde há longo tempo no campo cultural, inclusivé em países que tiverem durante longo governos conservadores que conservam na sua ideologia algumas das ideias tão liberais que muitos participantes deste tão orgulhosamente defendem.

TAF:A questão não está só em saber se os privados podem ou não assegurar serviços pouco ou nada rentáveis, mas saber se o Estado o faria melhor. A experiência diz-nos que não o faz.
VJ: A experiência diz-nos que não o faz?!?!? Que é que queres dizer com isso? Gostaria que apontasses exemplos, por favor.

TAF: Seja de que cor política for o governo, os orgãos de poder do Estado terão sempre a tentação, mais ou menos vincada, de exercer pressão sobre uma televisão ou rádio na sua alçada, de orientar a sua programação de acordo com a visão e background cultural dos seus responsáveis.
VJ: Mais uma vez gostaria que apontasses exemplos, a nível dos media, onde se note a existência dessa pressão por parte do Estado. Admito que ela exista, mas também não vejo porque tal pressão seja maior, ou com efeitos piores, que a pressão a exercer por um qualquer grupo económico. Não vejo a necessidade de serem levantados esses velhos fantasmas da propaganda.

TAF: Mas que legitimidade terá um Ministro da Cultura para definir uma orientação para a política cultural de um país? Em que termos o fará? Se for um melómano estará especialmente sensibilizado para a música. Mas que música? E as outras áreas? Não deve haver orientação de gostos, artistas outsiders e artistas do "establishment".
VJ: Mas que legitimidade terá um administrador para definir uma orientação para a política cultural de um país? Em que termos o fará? Se for um melómano estará especialmente sensibilizado para a música. Mas que música? E as outras áreas? ....... Mas vocês acham que a política cultural de um país é o puro reflexo dos gostos do ministro? Bem, então deve ser uma pessoa com uns gostos bem abrangentes, ao oferecer uma política cultural, na qual se insere, por exemplo, a TV2, onde a diversidade da oferta é tão ampla. E deve ser um especialista em leitura dinâmica, para conseguir apoiar as diversas bibliotecas que, felizmente, ainda existem (até que qualquer dia alguém também venha dizer que não faz sentido o Estado apoiar a rede nacional de bibliotecas...) Pelo mesmo raciocínio, também é o Ministro da Educação que elabora os programas do ensino à medida do seu gosto, ou o Ministro das Obras Públicas que abre uma autoestrada desde a porta da sua casa até ao seu ministério (e sem pagar portagem!)

TAF: Bastará, tão só, legislar no sentido de o Estado comprar os necessários espaços aos operadores privados. Caríssimo? Não, infinitamente mais barato do que actualmente se gasta na RTP ou RDP.
VJ: Concordo, no entanto, que essa possa ser uma das vias. Mas um projecto de base privada pode ser facilmente desvirtuado pelos interesses comerciais, ao passo que um operador público terá que respeitar, por razões políticas, as orientações que tiveram na base da sua criação.

TAF: Bastará, tão só, legislar no sentido de o Estado comprar os necessários espaços aos operadores privados. Caríssimo? Não, infinitamente mais barato do que actualmente se gasta na RTP ou RDP
VJ: Viável, ainda assim? As palavras são tuas: «A questão não está só em saber se os privados podem ou não assegurar serviços pouco ou nada rentáveis» Sim, pouco ou nada rentáveis. Não acredito que um privado, para oferecer os mesmos serviços que a TV2 oferece, consiga fazer uma gestão que lhe permita tornar a TV2 viável.

TAF: Pensemos na seguinte situação: Ao Joaquim é facultada a possibilidade de ver uma peça de Shakespere na televisão ou, nas mesmas condições, assistir ao Juiz Decide. O Joaquim paga todos os seus impostos a tempo e horas. O Joaquim opta pelo Juiz Decide. Porque razão terá o Joaquim de pagar para que outros que não ele vejam a peça de teatro que ele rejeitou?
VJ: Porque tanto o Joaquim, como o João, o Manuel ou a Francisca têm o dever de contribuir para que haja uma oferta diversificada a nível dos media, para que o país vá tomando conhecimento de que as únicas coisas que existem não são apenas o Juiz Decide. Para que o Manuel, que por acaso é mais pobre que o Joaquim, que pode ir ao estrangeiro ver uma peça de Shakespeare, possa mediante a pressão do botão com o nº 2 do seu comando assistir à tal peça.

TAF: Nessa altura, estará assegurada a "nossa" programação e mais dinheiro terá o Estado para gastar na defesa, conservaçãodo e restauro do património. Poderemos então ouvir tranquilamente os Tindersticks e não correremos riscos da cultura estar dependente de calendários eleitorais ou conveniências políticas do momento.
VJ: Seguindo o mesmo raciocínio, então o Estado também poderia colocar a defesa, conservação e restauro do património a cargo de agentes privados, desde que ficassem estabelecidos os critérios de conduta por parte destes últimos, não? Aliás, nessa base, toda e qualquer actividade do Estado poderia ser delegada para a esfera privada da Economia (educação, saúde, defesa, etc.)

Desculpem lá estar a repetir-me, mas acho que interessa ao fórum este confronto de ideias. De uma melhor identificação das ideias dos outros e da sua confrontação com os nossos pontos de vista, é que nasce, desde que se tenha alguma elevação na forma como se encaram as ideias dos outros, o verdadeiro espírito de união. São as ideias de muitos a trabalhar para um objectivo comum que fazem motivar as pessoas.

Um abraXo a todos, especialmente ao Tiago e ao Telmo Azevedo Fernandes, que nos têm possibilitado este esgrimir de argumentos.


Vitor Junqueira


Por: Zé Mota - isis@mail.telepac.pt
Tue Sep 16 20:37:52 1997

Acerca do comentário do Telmo Azevedo Fernandes de hoje às 18:37:58 - estou 100% de acordo.

Passo a citar (traduzindo) dois dos parágrafos finais do artigo na Wired que referi antes, e que resumem de modo adequado a minha opinião:

«Mas, para o futuro imediato, qual deverá ser o modo mais sensato de o governo actuar na vida económica? A realidade sugere que a sociedade tira mais benefícos quando o governo se abstém de interferir no dia a dia da actividade de mercado, enquanto que ao mesmo tempo mantém não apenas uma poderosa arma antimonopolista, para o caso de ser necessário contrariar os efeitos redutores da inovação por via da monopolização, mas também um papel minimalista e prudente na promoção dos interesses públicos mais vitais.

«Em resumo, devemos abandonar o mandato dos tempos da era industrial que orientou o papel e as acções dos governos ao longo dos últimos 200 anos. Muito do que o governo costumava fazer deve agora ser feito pelas pessoas, actuando conjuntamente através das comunidades sociais e económicas por si próprias criadas. Quanto às actividades que restam ao governo, devem ser realizadas de modos inovadores, mais dinâmicos e responsáveis perante o mercado.»


Por: Paulo Morgado - pmorgado@ip.pt
Tue Sep 16 19:42:32 1997

Não podia estar mais de acordo com esta posição do Telmo Azevedo Fernandes - telmo@etc.pt
Tue Sep 16 18:37:58 1997.
É realmente uma boa sintese. Especialmente no que toca as infrutiferas discussões do que é ou não cultura e de quem tem ou não, bom gosto.

Por outro lado verifiquei com agrado que não esqueceu a unica ajuda que o estado (tem ou deveria ter obrigação) de nos dar
"a) declarando ser a AIM (em vez da rádio) uma entidade de manifesto interesse cultural. "

Este aspecto é efectivamente importante para captar eventuais patrocinios, de entidades ao abrigo da actual lei do mecenato cultural.

Em relação ao comentário do Luís Rei - lrei@mail.telepac.pt
Tue Sep 16 6:21:16 1997, Parece-me importante referir que uma rádio com emissões (automáticas) do tipo nostálgia, não será de modo algum o mais adequado. A X vivia muito das pessoas que se sentiam do outro lado do microfone ... On-line.

Parece-me tambem de bastante mau gosto algumas criticas aqui surgidas em relação aos animadores da X, que se viram obrigados a seguir outros caminhos por outras rádios.
Ninguem vive do ar.
De qualquer forma não existindo contratos de exclusividade com outras entidades, ninguem pode impedir futuras colaborações com futuras Xs. Engano-me?

Desculpem se me alonguei
QUE O SOM ESTEJA CONVOSCO


Por: Frederico (Insane) Wiborg - No
Tue Sep 16 19:38:45 1997

A XFM É ESSENCIAL À VIDA

SINTO-ME A MORRER SEM TI

"I DON`T KNOW WHAT TO SAY
I DON`T KNOW WHAT TO DO
THE ONLY THING I KNOW
(IS) I CAN`T LIVE
WITHOUT YOU


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXFM


Por: Telmo Azevedo Fernandes - telmo@etc.pt
Tue Sep 16 18:37:58 1997


Não compete aos moderadores de debates entrarem na discussão argumentos. O papel deles é apenas orientador.
De qualquer forma e como estamos na Internet, faria alguns comentários relativamente a alguns aspectos que têm vindo a ser discutidos neste Forum.
São opiniões pessoais, NÃO vinculam a ETC nem sou porta-voz da equipa da rádio.

Cultura, Estado e os serviços públicos:

O que é a cultura? Haverá conceito mais volátil?
Reportando-me apenas à área da música, o que será mais "cultural": ouvir uma composição de Mahler ou uma música dos Tindersticks? Ouvir as Spice Girls ou o Khaled? Mão Morta ou José Cid?

Todos sabemos para quais as bandas os nossos gostos se inclinam, mas não será uma sobranceria e arrogância culturais menosprezar os outros artistas?…
Com que base se poderá afirmar que quem ouve Michael Jackson é menos culto que uma pessoa que dedica a sua vida a escutar Bach?

Na verdade, "ultima ratio" não há argumentos que possam sustentar esta posição. Todos os gostos são discutíveis, mas igualmente legítimos e respeitáveis.

Outro conceito muito utilizado nestas páginas, mas nunca definido, é o de "serviço público".
O que significa este jargão?

Para mim, serviço público será o papel do Estado em assegurar a todos os cidadãos que assim o desejem o contacto e usufruto, independentemente da sua condição sócio-económica, de serviços que de outra forma não lhes possam ser oferecidos, dentro dos limites do bom senso.

Hoje em dia não há razões para o Estado ter um canal público de televisão, para ter posição de monopólio nas telecomunicações ou para ser o único fornecedor de electricidade ao país.

A questão não está só em saber se os privados podem ou não assegurar serviços pouco ou nada rentáveis, mas saber se o Estado o faria melhor. A experiência diz-nos que não o faz.
Mais, saber em que medida esses serviços são realmente necessários.

Na área da cultura apenas me lembro de um sector em que a intervenção do Estado é indispensável - o património.

Centremo-nos no entanto nos media:

Seja de que cor política for o governo, os orgãos de poder do Estado terão sempre a tentação, mais ou menos vincada, de exercer pressão sobre uma televisão ou rádio na sua alçada, de orientar a sua programação de acordo com a visão e background cultural dos seus responsáveis.

Isto é um facto.

Mas que legitimidade terá um Ministro da Cultura para definir uma orientação para a política cultural de um país? Em que termos o fará? Se for um melómano estará especialmente sensibilizado para a música. Mas que música? E as outras áreas? Não deve haver orientação de gostos, artistas outsiders e artistas do "establishment".

"Mas se não houver uma TV2 não poderemos ver o Jools Holland!" Falso.
Para assegurar uma programação variada e o respeito pelas minorias, não é preciso ter um canal de televisão ou de rádio do Estado. Bastará, tão só, legislar no sentido de o Estado comprar os necessários espaços aos operadores privados. Caríssimo? Não, infinitamente mais barato do que actualmente se gasta na RTP ou RDP.

Outra questão que normalmente se esquece é que o "Estado" são todos os contribuintes.
Pensemos na seguinte situação: Ao Joaquim é facultada a possibilidade de ver uma peça de Shakespere na televisão ou, nas mesmas condições, assistir ao Juiz Decide. O Joaquim paga todos os seus impostos a tempo e horas. O Joaquim opta pelo Juiz Decide.

Porque razão terá o Joaquim de pagar para que outros que não ele vejam a peça de teatro que ele rejeitou?

O dinheiro dos contribuintes tem de ser sabiamente gerido e cada cidadão respeitado nas suas opções. Mas, como vivemos numa sociedade democratica, cabe ao Estado garantir a pluralidade de opções. É nessa base que o dinheiro dos impostos do Joaquim poderá ser legitimamente utilizado. Para isto, já o disse, não precismos de canais públicos de televisão ou de rádio.

Privatize-se a RTP e a RDP e o Estado que compre os espaços que forem necessários assegurar nas respectivas programações.

Em última instância os operadores privados perceberão que as minorias do estilo da X não serão tão minoritarias como isso. São nichos de mercado com características muito próprias e passarão a estar interessados em explorar comercialmente os programas e gostos das "imensas minorias".

Nessa altura, estará assegurada a "nossa" programação e mais dinheiro terá o Estado para gastar na defesa, conservaçãodo e restauro do património. Poderemos então ouvir tranquilamente os Tindersticks e não correremos riscos da cultura estar dependente de calendários eleitorais ou conveniências políticas do momento.

Concretamente no que respeita ao um eventual apoio do Estado ao novo projecto X há que fazer algumas considerações:

1. O Estado não tem neste momento condições políticas nem financeiras para abrir um novo canal de rádio do Estado.
2. Se eventualmente o pudesse fazer, demoraria muito tempo até o concretizar.
3. O Estado não pode considerar a rádio/projecto X como de "manifesto interesse cultural" Se assim o decidisse abríria um precedente gravíssimo e seria obrigado a generalizar às outras estações tal benesse.

Neste contexto, existem outras hipóteses de o Estado nos apoiar:

a) declarando ser a AIM (em vez da rádio) uma entidade de manifesto interesse cultural.
b) Sendo um anunciante regular na X. Quando a X voltar nem sequer será preciso insistir muito neste ponto porque o Estado percebe que quem ouve a X é que vai ao cinema e ao teatro que eles apoiam. Por isso o interesse em anunciar na X seria manifestado pelo própio Estado.

Sem perdermos as FESTAS DA IMENSA MINORIA de vista, vamo-nos deliciando com estes debates. É uma prova de que a X continua viva e muito atenta!

We´ll be back soon !!




Por: Telmo Azevedo Fernandes - telmo@etc.pt
Tue Sep 16 11:42:34 1997


Excelente! O nosso caro Luis Rei entrou no Forum e respondeu ao apelo dos ouvintes!
É um dos poucos priveligiados com acesso à NET...

A X era composta por uma equipa de excelentes profissionais, mas bastante heterogenea na sua forma de pensar e agir.
É também verdade que há neste momento pessoas mais convencidas do regresso de um projecto X e outras mais cépticas. Isso é perfeitamente natural!
É bom que se mantenha este sensato equilibrio nos nossos espíritos.

No entanto, sem vincular a restante equipa, e dado a ETC continuar os seus contactos com os grupos económicos, faria alguns comentários ao texto do Luis Rei:

Não será a AIM a garantir a viabilidade económica do projecto. Os objectivos da associação não são esses.
No entanto a AIM poderá ser um dos patrocinadores iniciais.

No geral, concordo com a restante analise do LR, mas porque é que estou convencido que o projecto X é viável e vail voltar?


Pontos Fortes:

· capacidade de fidelização dos ouvintes (2h35m de tempo médio contínuo de audiência das emissões - Jul 96).
· rádio com características e manifestações de culto.
· facilidade de penetração nos meios artísticos, opinion makers, publicidade e media.
· importante fatia de audiência nas classes A e B.
· capacidade de atracção de nichos de ouvintes com interesses musicais muito especificos.
· prestígio do projecto.
· credibilidade da equipa de profissionais aliada à diversidade e qualidade dos seus programas.
· vanguardismo e rapidez de difusão de informações de teor cultural.
· captação de público jovem
· patrocínio e eventos organizados pela AIM para divulgação do projecto radiofónico.
· clube de ouvintes organizado pela AIM.
· baixos custos correntes.


Quanto aos pontos fracos do projecto convém não esquecer o seguinte:

1. a XFM tinha licença de emissão de 5KW para Lisboa e emitia bastante abaixo desse valor.
2. a potência de sinal para o Porto era ridicula
3. os registos de audiência da X eram desvirtuados, pois cerca de 1/3 do publico não poderia constar desses registos por estarem ligados aos media, publicidade, etc
4. não houve nunhum departamento comercial
5. houve erros de gestão graves

Para os grupos económicos a compra dos alvarás e dos estúdios não é um custo mas um investimento. São bens que se podem transaccionar. Além disso são valores muito pouco significativos para as contas desses grupos.

Há imensas oportunidades por explorar.
Desde logo o aumento da potência dos sinais de emissão e alargar as emissões a outras áreas populacionais.
Tudo isto é facil e não requer custos de maior, principalmente se se tiver em conta o retorno que possa ter. Bastará pensar o que se conseguiria, por exemplo, no eixo Braga-Guimarães...
Outro atractivo no projecto e viavel a curo prazo seria a emissão por cabo. Não por permitir o "pay per listening" mas por atingir um vastíssimo número de lares e por os custos de emissão serem extremamente baixos.
Ora aí está o que precisamos.

Por todas estas razões é que a XFM faz muito mais sentido ser integrada num grupo económico ligado aos media, e aí explorando enormes economias de escala.

A maior divergência com o Luis Rei, diz no entanto respeito à política comercial a adoptar.
O Futuro do projecto passa por arranjar meia dúzia de grandes patrocinadores que assegurem a cobertura dos gastos correntes.
Grandes empresas e instituições já manifestaram o seu interesse em apoiar o projecto. Há também um conjunto de empresários que se nos dirigiu solicitando o regresso da X, uma vez que lá queriam anunciar :-)
Elucidativo!
Por aqui não haverá problemas de maior.

Quanto dinheiro se conseguiria assegurar, e por quanto tempo durariam os contratos, se se apostasse nas pequenas empresas?
100/200 contos mensais cada uma?... Já era muito bom. E quantas seriam precisas? 50 anunciantes?
Contratos de quanto tempo? 3 meses?
Assim não seria viável, certamente!

Sendo assim, porque é que a X ainda não voltou?

Aguardemos. É preciso dar tempo para que a nossa diplomacia tenha os seus frutos.
Para ter a X de volta, vale bem a pena o sacrifício ;-)


Por: Luís Rei - lrei@mail.telepac.pt
Tue Sep 16 6:21:16 1997


Muitos eX ouvintes se têm queixado da ausência de colaboradores da XFM neste Forum. Pois bem, eu era o realizador do Programa "Terra Pura" que, provavelmente poucos "activistas" deste Forum conheciam. Apesar de algo ignorado, sou também um "traidor" à causa da X, estando no lote de radialistas que mantêm rúbricas ou programas na TSF. No que toca à minha pessoa, comecei há um ano atrás a colaborar no programa "À Noite" do Paulo Alves Guerra, tentando descobrir as músicas tradicionais dos sete mares através das "Crónicas da Terra", tal como o sempre fiz no "Terra Pura" durante os dois últimos anos de X. E aqui, amigos, dispenso os habituais comentários dos mais "fundamentalistas" à causa. A minha colaboração na TSF prendeu-se com a possibilidade de poder continuar a sonhar em dedicar mais tempo à área que pretendo explorar - uma sub-minoria da minoria X. Já que finalmente conseguia receber honorários pelo trabalho que estava a prestar em rádio. É verdade. Além de um exemplar e indiscutível profissionalismo da parte dos meus colegas, dadas as insuficiências financeiras que usualmente saltavam cá para fora, sempre houve muita "carolice" pelo meio. E eu não era um caso único.

Relativamente ao Rui (que já estava) e ao Aníbal (que agora se encontra na TSF) parece-me que são seres humanos… têm de comer, beber, vestir, etc… não fazem parte da família dos "tamagochis" em que basta um simples clickar de botão para as suas preces serem aceites.

Quanto à questão Sarah, a TSF limitou-se cordialmente a assegurar o não quebrar do contrato com o patrocinador do seu programa, que o fecho da X implicava.

Como um pouco céptico que sou em relação à abertura de uma nova XFM, pelo menos nos moldes em que esta se encontrava, espero que todos aqueles que a ela estavam vinculados consigam rapidamente encontrar uma forma de rentabilizarem os seus conhecimentos, seja na nova "menina dos nossos olhos", seja em outros projectos que não a rádio.

E sou céptico porquê?
Por um lado, não creio que uma associação como a AIM consiga reunir fundos suficientes para o arranque deste projecto. Por outro, dificilmente um grupo económico agarrará num projecto que à partida, com sorte, manter-se-á numa situação de break-even, sendo o lucro uma miragem mais que provável.

Por um lado, a nossa triste realidade - e ao que parece é também universal - a homogeneização "big show" é um facto. Segundo a "Teoria Crítica" de Wolf, Mauro (ver a obre Teorias da Comunicação) relativamente aos produtos culturais para serem exibidos em qualquer suporte, seja rádio, televisão, imprensa ou cinema, eles são nivelados por baixo, pelo mau gosto. Vejamos: "A máquina ao preferir a eficácia dos seus produtos, determina o consumo e exclui tudo o que é novo, tudo o que se configura como risco inútil". E mais: "O homem encontra-se em poder de uma sociedade que o manipula a seu bel-prazer: "o consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer, não é o seu sujeito mas o seu objecto". Como vêem, o mal é geral.

Depois há a questão de a rádio ser um meio que tem vindo cada vez mais a perder protagonismo para a Televisão - sector que tem levado boa parte das receitas publicitárias.

Como se não bastasse o reduzido "budget" que as agências de publicidade reservam ao sector rádio, há ainda a questão dos públicos alvo e da segmentação do mercado.
De facto a X poder-se-á orgulhar de ter atingir um público alvo maioritariamente classe A/B onde se centra o poder de compra. O problema é que ao definirmos um segmento de mercado teremos de ter em conta quatro aspectos: este ser identificável possuindo características relevantes; possuir uma suficiente dimensão; ser estável ou em crescimento; ser acessível - isto é, que o grupo alvo possa ser facilmente contactado. Neste contexto a XFM pecava apenas e só na questão da dimensão, que não era suficiente. E aquilo que acontecia, é que apesar de muitas agências terem o rádio sintonizado nos 91.6, não arriscavam por a X na campanha dos produtos que estavam a trabalhar, por este público alvo ser insignificante.

Pensam vocês: então e a Expo? Então e a Telecom? Será que isso não seria só fumaça? Como seria quando estas entidades deixassem de pratical tal "mecenato cultural"?

Havia a Citroën, havia o Grant’s… mas tais investimentos tinham que ver mais com o prestígio do que propriamente com o lucro imediato proveniente da inserção da pub na X.

Vendia-se a ideia de que anunciar na X era uma questão de notoriedade. Mas, numa economia em recessão, para um técnico de Marketing, o deitar dinheiro à rua pesa mais do que o ganhar prestígio ante uma "imensa minoria".

A XFM para sobreviver não podia de forma alguma ter a estrutura de custos que apresentava. Parecia um anão a vestir umas calças de gigante.

De qualquer forma, acredito que pudesse aparecer um projecto similar ao da X, mas com uma dimensão equiparável ao "nicho" de mercado que pretende atingir. E aqui penso que a solução seria o funcionamento similar ao da Estação Orbital, Nostalgia, Marginal, com meios humanos muito reduzidos e certos honorários mais realistas. E se calhar é isso que irá acontecer com o canal 106.2.

Neste caso, os pequenos comerciantes - editoras, lojas de discos e de outros artigos, situadas maioritariamente no Bairro Alto, no CC Portugália, teriam de desempenhar um papel preponderante. Pois funcionando igualmente para nichos de mercado, para o público da XFM, estas seriam as principais beneficiadas com o resurgimento de uma nova X.

E apartir daqui construia-se o projecto à dimensão dos apoios. Uma vez que muito dificilmente se conseguiria suportar os custos do passado recente.

Mas para isto é preciso alvará, emissores, estúdios, blá, blá, blá…

E numa altura em que se fala que o televisor, num futuro próximo, não será mais do que um mero monitor, por via da força do "pay per view", poderá ser que a rádio também siga o mesmo caminho. E aí… poderiamos escolher, pagando, ouvir as emissões do "Café Virtual" ou do "Grande Delta". Mas isto é futurologia.

Espero que esta longa conversa não vos sirva para desanimar, antes para contrapôr tais sonhos cor-de-rosa à dura realidade dos factos.

Até… LR



Por: Vitor Junqueira - VitorJ@ip.pt
Mon Sep 15 22:04:23 1997

Acho que deviamos aceitar a sugestão do Sérgio Sousa Pinto e contribuirmos para este fórum com a troca de impressões sobre o que por aí se vai fazendo. Que tal o CD-S dos Neubauten? Na Wire o Biba Kopf, especialista magno em Neubauten, Bad Seeds, Birthday Party, etc fala muito mal do CD, mas eu até acho bastante interessante. Neubauten com drum'n'bass (cool!). Esta semana deverá sair o álbum de remisturas do Ende Neu, com trabalhos assinados por Jon Spencer, Barry Adamson, Alec Empire (tem piada que eu já tinha pensado no que é que seria se os EN se juntassem a este outro terrorista sonoro alemão.)

Vão falando das coisas que saem!

Vitor Junqueira

PS: desculpem lá, mas não consigo deixar de citar algumas palavras do artigo do Rui Lima Jorge no Expresso trazido aqui pelo João Paulo Feliciano:
"Um serviço público tem de se afirmar pela qualidade, pelo rigor, pela alta colocação da fasquia do que é interesse público e não interesse do público. "
"A lógica concorrencial do serviço público deve decorrer da abertura à sociedade, permitindo-lhe expressar-se em toda a sua diversidade, opondo-se ao afunilamento do gosto, canalizado para formatos, temas e conteúdos que reduzem o campo de visão e compreensão do espectador e do ouvinte. "



Por: Paulo Feliciano - jpfeliciano@expo98.pt
Mon Sep 15 16:13:01 1997

Eis um artigo interessante publicado na última edição do EXPRESSO.
excertos:
"a decisão, tomada pela cimeira da União Europeia (UE) de Junho em Amesterdão, de integrar no Tratado da União um anexo sobre a rádio e televisão de serviço público, apesar da sua importância, passou despercebida a umas quantas pessoas. "
"os Quinze decidiram-se pela «faculdade dos Estados-membros financiarem o serviço público de rádio e televisão» no sentido de este «levar a cabo as competências de serviço público atribuídas, definidas e organizadas por cada Estado-membro» , sem que isso afecte «as condições comerciais e de concorrência na Comunidade num grau que seja contrário ao interesse comum». "
"A existência de um serviço público de rádio e televisão independente é, por certo, um tema político, ao identificá-lo como um elemento vital da democracia e da integração social. Mas é igualmente uma questão económica e social, pela criação de postos de trabalho que tendem para a estabilidade e pelo investimento em áreas artísticas, culturais e sociais onde o «mercado» não é capaz de ver lucros no curto prazo."
"Um serviço público tem de se afirmar pela qualidade, pelo rigor, pela alta colocação da fasquia do que é interesse público e não interesse do público. "
"A lógica concorrencial do serviço público deve decorrer da abertura à sociedade, permitindo-lhe expressar-se em toda a sua diversidade, opondo-se ao afunilamento do gosto, canalizado para formatos, temas e conteúdos que reduzem o campo de visão e compreensão do espectador e do ouvinte. "
"A rádio e a televisão de serviço público têm de continuar a ser a janela aberta para o mundo e não o postigo com vista para a sarjeta."
RUI LIMA JORGE

artigo completo. http://www.expresso.pt/ed1298/p241.asp


Por: Paulo Feliciano - jpfeliciano@expo98.pt
Mon Sep 15 16:03:58 1997

Mais uma para o top dos meus comentários preferidos:
" a XFM não era uma estação
de rádio mas sim uma obra de arte."
Nelson Zagalo, 13 de Set. neste Forum
e não estou a brincar, para mim a arte está onde menos se espera...


Por: Vítor Marques - vmarques@esoterica.pt
Mon Sep 15 12:45:22 1997

Muito se tem falado a propósito da passagem de
alguns profissionais da X para outros projectos.
Não me parece justo tecer críticas nem por em
causa o seu desejo de trazer a X de volta. Sem
trabalho terão de se agarrar a algo que lhes dê
o necessário dinheiro.

Ainda assim, não me parece que se deva colocar
em causa o regresso da X mesmo que alguns dos
seus anteriores profissionais sigam outros trajectos.
Ninguém é insubstituível. Certamente concordam
que os membros da equipa da X não serão os únicos
capazes de desenvolver um projecto ao nível da X.
Se pelos mais diversos motivos alguns tem de seguir
outros caminhos, por certo que se conseguirá encontrar
profissionais à altura para o seu lugar.

Um abraço.


Por: Miguel Paulo -
Mon Sep 15 0:28:57 1997

Respondendo ao Armando Brito de Sá:
Não sendo os profissionais da X insubstituíveis quem era que ele iria buscar caso esses proficionais se mostrassem indisponíveis!! Nomes? E podemos abrir uma discussão á volta deste assunto? Uma X sem profissionais... mais barata... sem qualidade!!!


Por: Vitor Junqueira - VitorJ@ip.pt
Mon Sep 15 0:27:17 1997

A propósito dos comentários do Bruno Dias e do Vítor Marques:

Embora acreditando que, por vezes, deixe transparecer das minhas palavras, a defesa de um certo estatuto de 'superioridade' dos ouvintes da X, não é essa a minha intenção. Eu simplesmente, e desculpem-me o termo, estou-me a cagar para os outros. Os outros que ouçam os seus Paulos Gonzos, os seus Delfins, etc. Eu defendo é o regresso de um projecto como o da X. Defendo a diversidade de oferta no domínio cultural. Defendo uma Rádio onde se tenha acesso a toda a música e não necessariamente aquela que traz receitas de publicidade. Nesse sentido, defendo todas as minorias, não porque sejam minorias, mas sim porque essas minorias ouvem algo que foi criado e que merece ser ouvido.

Um abraXo, Vitor e Bruno

Vitor Junqueira

PS: Se alguém for ver os Tina na Terça-Feira, digam, pois se calhar podíamos encontrarmo-nos e trocarmos impressões.


Por: Humbertto Fernandes -
Mon Sep 15 0:10:17 1997

Sejamos Realistas: A X não Sobrevive se não tiver um Forte Apoio Financeiro por Detrás.
Ou Seja, a x só volta a existir ( a X de origem, com a equipa que tinha) se um grupo financeiro ou o estado resolverem pegar nela,não entremos em fantasias de serem os ouvintes a suportar este tipo de projecto.Penso que todos os esforços se deviam centrar nos contactos com os diversos organismos públicos e privados susceptiveis de acolher um projecto desta natureza.Por mais que os ouvintes X queiram a X no ar ela só regressará ao Éter na segurança que só um grande grupo pode dar.Julgo mesmo que os profissionais da X não se vão prestar a embarcar em aventuras, agora que alguns deles já se voltaram para outros projectos.Mas não deixa de ser louvável todo o apoio que os ouvintes têm dado à X e a maneira como logo se prontificaram a suportar a X.É pena que nem todos pensem assim... aQui ficou a minha opinião.


Por: Armando Brito de Sá - abritosa@ip.pt
Sun Sep 14 22:59:23 1997

O comentário do Miguel Paulo traz mais uma vez à cena a vontade que quem anda neste forum tem de ouvir a opinião dos ex-colaboradores da X. E que tal se os deixássemos em paz?
Em primeiro lugar nós, aqui, mandamos palpites. Eles, na vida real, têm de se virar para sobreviver. Quem tem a experiência do mundo do trabalho sabe que na vida tem de se engolir sapos. Muitos, e muitas vezes. Esperar pelas oportunidades de mudar qualquer coisa. E ter uma paciência de Job.
Segundo aspecto: imaginemos que a X regressa e que os que entretanto saíram não voltam, porque estão a fazer outras coisas. Pois bem, melhor para eles, e fico feliz por eles. Não é todavia por isso que a X vai morrer! Apesar de serem pessoas excepcionais, os colaboradores da X não são insubstituíveis. Essencial é manter o espírito anterior: independência, rigor, uma forma de estar que é própria. Obviamente que deixariam saudades (sim, também eu acredito no fundo que eles voltarão todinhos... eheh...) mas sem dúvida que outros tomariam o seu lugar. E o projecto mantém-se.
...e renovo os meus desejos sinceros de sucesso para eles. Quem sabe... se calhar dão a volta à TSF... era uma vingança linda, não era? ;-)

Abraços,

Armando



Por: Carlos César -
Sun Sep 14 22:09:58 1997

É assim: O que se passar no aniversário da X vai ter (quanto a mim) grande influência no decorrer de todo o processo de regresso da X ao Fm.Proponho que se faça uma grande campanha de charme junto aos ´patrões' de todos os grupos financeiros de modo que eles se apercebam que a A x tem Público...Até muito público! e que pode ser muito rentável. Porque não os convidar para estarem presentes na festa da x para verem por eles próprios o público que a x consegue mobililizar.





Por: Miguel Paulo -
Sun Sep 14 21:59:17 1997

Porque este Fórum continua On - Line Pressupõe-se que existe por parte de todos um forte sentimento que a x vai voltar...E portanto a imensa minoria mantêm -se unida num objectivo claro: de ter de novo a x no ar.Será realmente assim: começo a ter algumas dúvidas quando oiço falar que alguns profissionais da X estão a dispersar-se por outros projectos.
Bom, se há por um lado toda esta campanha aqui na internet e em certa medida em alguma imprensa(Público)para trazer a X de volta, por outro lado sabe-se já que parte da equipa x começa a compremeter-se com outra rádio (tsf). O que é preocupante. Afinal qual é o ponto da situação? - Essas pessoas estão interessadas que a X volte ? Hipotéticamente caso um grupo económico viabilizasse a X, qual seria a posição dessas mesmas pessoas? - não é possivel saber num curto período de tempo a opinião que estes e todos os outros profissionais que constituiram a X têm sobre este assunto.Porque não agendar um grande debate on - Line com todos os profissionais da x eos ouvintes...Se não for concretizável pelo menos abram neste Fórum um campo(á parte do fórum) com a opinião dos profissionais da x. Para realmente sabermos a posição deles.Isto,para que tudo o que se está a fazer não caia em saco roto.
Penso que as coisas naõ se resolvem de um momento para o outro, há que ter alguma paciência e concentrar-mos agora todas as energias na realização da festa para comemorar o aniversário da X.Temos que reunir toda a imensa minoria...Um milhão pelo menos!!... É altura da X jogar uma Cartada que me atreveria a dizer dicisiva para um eventual regresso.


Por: Paulo Santos - Sem
Sun Sep 14 21:31:18 1997

A Ida de alguns profissionais da x para a tsf,nomeadamente a ida do Aníbal Cabrita para esta rádio só se entende num quadro em que o factor financeiro é motivo principal. As Pessoas têm que continuar a viver, a trabalhar; mesmo que para isso tenham que renegar alguns principios pelos quais até ali sempre se nortearam. O Aníbal Cabrita é um excelente profissional de rádio na área musical em que se move com uma sensibilidade de criar ambientes (em rádio) como só ele sabe criar.Fazia magia na rádio: fez magia por todas as rádios por onde passou - antena 1, Rádio Comercial e XFM.Agora, é pena ter ido parar a uma rádio como a tsf... que nega a música, em que a música é um mero acessório para tapar um buraco entre um noticiário e outro, entre um bloco de publicidade e outro.
Posso dizer que acompanho a carreira do Aníbal, desde alguns anos, e com ele gostei da Rádio.Espero que a 'Enorme Carreira' do Aníbal não vá acabar na tsf.
E é também pena que o Aníbal Cabrita continue a trabalhar para um grupo que acabou com o projecto X, um projecto em que ele acreditava... O sonho da Imensa Minoria.
Vou Perder o Rasto do Aníbal...Espero que não por muito tempo... Até que a X Volte!!!


Por: Bruno Dias - bdias@nautilus.fis.uc.pt
Sun Sep 14 16:48:47 1997

Boa tarde, estou de volta a este forum para responder
ao Vitor Junqueira.

Na tua resposta argumentavas que a minoria do cinema,
teatro... seria a mesma que ouvia a X. Dai eu ja ter
referido varias vezes neste forum a hipotese de criar
um programa de musica com a diversidade e qualidade
das emissoes da X.

Escrevias tambem, "A X e a TV2... oferecem a comunidade
aquilo que a propria comunidade nao esta preparada para
fazer sozinha."
Ja varias pessoas se referiram a ideia de as proprias
minorias pagarem os serviços que utilizam, dai a taxa
para se poder ver a RTP2. É obvio para mim que isto
seria andar para tras, entao se ja temos assegurado
esse serviço publico, nao faz sentido perde-lo.
No sentido inverso alguns ouvintes da X querem
que o estado financie a X. Pelo meu lado, penso que a X
pela onda de choque causada pelo seu encerramento,junto
do seu publico e na comunicaçao social, permite pela
primeira vez construir uma radio independente, que nao
ceda a facilidade das play list do top ten. Se a X for
relançada, sem apoios estatais, mostramos que nao somos
uns pobrezinhos chatos, sempre a pedir apoios para isto
e para aquilo.
É uma prova de que a comunidade ja se começa a mover
sozinha.Assim, faz-se ver aos senhores da Lusomundo
e da SIC, entre outros, que continuamos melhor sem eles,
destruindo o classico argumento deles, "Damos ao publico
aquilo que eles querem".Um argumento em que salvaguardando
o suposto nivel cultural deles, classificam o seu proprio
publico de estupido, sem capacidade para algo mais do que
o Big Show Sic. A maior prova de que o publico quer mais é a
propria X, por isso temos de apoia-la a mostrar a sua
independencia cultural e financeira.

Despeço-me com um abraço para o Vitor Junquira,e para aqueles(as)
que passarem pelo forum. VJ, nao desprezes tanto a comunidade,
afinal o que precisamos é de atrair pessoas para a X e nao é
olhando-as de cima que as trazemos.


Por: Vítor Marques - vmarques@esoterica.pt
Sun Sep 14 15:15:29 1997

A propósito do comentário do Vítor Junqueira (que
se saúde por ser tão participativo):

- Desculpa mas concordo plenamente com o comentário
do Bruno Dias. O Estado não deve de apoiar uma
minoria específica porque o que faz a uma deve
fazer a todas as outras. Salvaguardar os direitos
das minorias passa, isso sim, pela criação dum
espaço onde se possam manifestar todas essas minorias.
Se calhar deveria haver um espaço na rádio do
Estado onde se desse atenção à musica que passava
na X.

- Depois volto a insistir: não nos devemos considerar
como um grupo à parte e com gosto por música, cinema
ou o que quer que seja, melhor ou pior que os outros.
Só somos diferentes. Não somos detentores da cultura
por isso.

Um abraço.


Por: Armando Brito de Sá - abritosa@ip.pt
Sun Sep 14 13:35:52 1997

Amanhã começa a nova grelha da TSF, incluindo o Aníbal Cabrita, a Sarah Adamopoulos e o Rui Neves. Alguns comentários que surgiram aqui deixaram-me a impressão (provavelmente errada) de isto estar a ser considerado uma espécie de traição à X.
Gostaria de deixar os meus desejos do maior sucesso para os três. Não vou fazer votos para que mantenham a qualidade do que faziam antes - seguramente que essa qualidade será mantida.
Espero, contudo, vê-los rapidamente de volta ao projecto X. Será sinal de que o projecto venceu. Até lá, sintoniza-los-ei quando puder na TSF.

E fico à espera dos outros todos. Em qualquer frequência. E, por fim, todos juntos de novo.

Abraços,

Armando



Por: Vitor Junqueira - VitorJ@ip.pt
Sun Sep 14 11:53:39 1997

Alguns comentários em relação a algumas mensagens surgidas no fórum:

Bruno Dias (12-Set)
BD: Dos varios comentarios que tenho lido, existem alguns a comparar a RTP2 com XFM do seguinte modo, se o estado financia a televisao das minorias, porque nao a x tambem? A questao esta no facto da RTP2 ser DAS MINORIAS do cinema, teatro, literatura, pintura, desporto... enquanto a x ser apenas de uma minoria musical.
VJ: Não vejo onde possa estar o problema. É lógico que uma rádio, a dirigir-se a uma minoria, seja a uma minoria musical. Embora, se formos a ver com alguma atenção, fosse uma minoria que, possivelmente, coincidiria com as tais outras minorias do cinema, do teatro, etc. De qualquer das formas, os meios são completamente diferentes e não vale a pena levar a comparação entre a X e a TV2 para um plano tão descabido. A X e a TV2 são comparáveis enquanto se entenda que prossigam os mesmos objectivos, isto é, oferecer à comunidade aquilo que a própria comunidade não está preparada para fazer sozinha.

João Paulo Feliciano (12-Set)
JPF: a questão não está em saber se é possível ou desejável uma rádio tipo XFM sem apoio do estado ou não... a questão é que o estado tem OBRIGAÇÃO de defender a diversidade (cultural, biológica, cientifica, social...) sob pena de hipotecar o futuro (e este futuro está muito parar além dos ciclos eleitorais) dos individuos que representa. é só por isso que se jusitifica a rtp2 ou a antena2, como forma de aumentar a diversidade da oferta. e nós, individuos, temos o direito, e até mesmo o dever, de exigir que a diversidade seja fomentada.
VJ: Totalmente de acordo. Esta é uma boa resposta para todos aqueles que se melindraram com o uso da palavra 'cultura'. ;-)
JPF: é que tudo isto não é só apropósito do gozo individual que cada um de nós usufrui quando liga o rádio na X, é também apropósito do impacto disto tudo no futuro dos nossos filhos.
VJ: :-)) (private joke)


Um X-coração para todos

Vitor Junqueira


Por: Vítor Marques - vamrques@esoterica.pt
Sun Sep 14 11:01:10 1997

Estou certo que há muita gente a passear pelas
páginas da X e mesmo por este fórum que o faz
sem deixar rasto.

Este fórum existe mesmo para isso. Para deixar
ideias e para trocar impressões sobre a X, mas
também serve para mostrar que estamos vivos e
sentimos falta da X.

Também a mim me acontece vir aqui e não deixar
mensagem por não saber o que dizer mas, nem que
seja um olá.

Participem para termos a X de volta.


Por: João Carlos Verde - verde@imagine.pt
Sun Sep 14 4:27:10 1997

Sinta a XFM no ouvido! :-)
Vá até à minha página pessoal, em

http://www.imagine.pt/me/jv

onde encontrará, em RealAudio, os últimos 9 minutos e meio
(porque não tenho mais, infelizmente) da emissão da XFM, em
31 de Julho de 1997.

Se preferir, continua lá o ZIP com o WAV dos últimos 5 minutos.

Brevemente, estará na minha homepage uma secção completa totalmente
dedicada à XFM, com mais conteúdo.