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Do Relatório da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
Pelos relatórios quinquenais vê-se que se atingiu uma maior normalidade e equilíbrio na vida litúrgica. Depois de uma certa euforia inicial que, em alguns lugares, levou a excessos de criatividade litúrgica, verifica-se agora uma certa ponderação e procura de maior regularidade. É frequente encontrar nos relatórios quinquenais uma maior atenção à sacralidade da Liturgia e à necessidade de uma maior interiorização nas celebrações, dando mais espaço ao clima de oração e de escuta e não reduzindo os esforços apenas aos aspectos festivos e de cariz horizontalista.
Apesar de diminutos, permanecem ainda os abusos, pelos quais alguns Bispos se disseram preocupados. Não faltou quem solicitasse da Congregação explícitas tomadas de posição ou novos Documentos para estimular a observância das normas litúrgicas. Mais que intervir nesse sentido, a Congregação prefere que sejam os diversos Bispos ou as respectivas Conferências Episcopais a recordar as normas existentes e a cuidar da sua observância.
Um dos abusos mais citados é a fácil dispensa
das vestes litúrgicas na celebração dos
Sacramentos e, de modo particular, na concelebração
eucarística. Acontece frequentemente, em alguns lugares,
que os concelebrantes, para além de não se distinguirem
com as vestes próprias, se confundem na assembleia, recitando
a Oração Eucarística e indo à Comunhão
no meio dos fiéis, e isto nem sempre por comodidade mas,
por vezes, para afirmar um maior nivelamento das funções
na Igreja. As situações referidas são basicamente
limitadas a determinados contextos e, uma vez que as normas a
este respeito são claras, mais do que explícitas
advertências por parte da Congregação, ocorrerá
aplicá-las, insistindo mais na formação
dos sacerdotes, a começar já nos seminários.
O testemunho dos Bispos é concorde em sublinhar a importância da formação, como forma de melhor assegurar uma renovação litúrgica equilibrada e fecunda. Das visitas ad limina do passado quinquénio colhe-se uma acrescida consciência de tal importância. Cuida-se mais, com efeito, da formação litúrgica, quer dos leigos chamados a colaborar na animação das comunidades e na suplência sacramental, quer dos leigos em geral, bem como dos clero e dos seminaristas. Multiplicam-se as iniciativas neste campo, quer de formação inicial quer permanente. Difundem-se as chamados Escolas de Ministérios, os cursos e as semanas litúrgicas. Vão sendo cada vez mais numerosas as publicações de conteúdo litúrgico, quer de revistas, quer de simples folhas semanais a distribuir aos fiéis durante as celebrações dominicais e que, com a Liturgia da Palavra, contêm úteis dados informativos e formativos. Percebe-se também em muitos Pastores a preocupação em mandar sacerdotes especializarem-se nos Institutos de Liturgia de modo a poderem, mais tarde, promover e acompanhar a renovação litúrgica da Diocese.
Sempre, nos encontros da visita ad Limina, o Dicastério insiste na importância da formação litúrgica. Para além de apoiar ditas iniciativas, recomenda o estudo e o aprofundamento dos Praenotanda (Preliminares) dos diversos Livros Litúrgicos, quer pelas normas quer pela riqueza das motivações e sugestões neles contidas.
| S.D.L. |
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É muito perigoso não se incluir na pedagogia das escolas, e do público erm geral, instantes lições de apoio à ideia do erro que é terem-se relações sexuais fora do matrimónio. Erro, digo eu, mas devia dizer pecado enquanto algo que sendo contra os preceitos de Deus é também contra a estabilidade interior dos sentimentos e a boa harmonia do homem, de todo o homem e mulher.
Sempre, ao longo da história humana, a licenciosidade dos costumes foi sinal de deteriorização e desagregação sociais progressivas. Dou-me a pensar que toda a volúpia sexual que tomou conta do mundo, não quer perder os avanços conseguidos. Tem as suas razões. Que significa a leva crescente de avanços conseguidos. Tem as suas razões. Que significa a leva crescente de divórcios? O que arrasta multidões de jovens para espectáculos colectivos, em que, comprimidos uns contra os outros, entram num enebriamento exaltante e louco? Que condiciona tantos aspectos da vida social, dos empregos aos concursos de toda a ordem, e até a muitas acções políticas? Esta é a "sida social".
Sim, a SIDA deve ser olhada com toda a seriedade, enquanto doença fatal, mas o que move tantas acções é algo que transcende o habitual dos combates a doenças. Porque é que sendo epidemiologicamente minoria, a SIDA arrasta esforços que superam os usados noutras doenças também mortais como é o cancro, a tuberculose, o alcoolismo, etc?
Apoio o uso do preservativo em todas as situações de risco. Onde há casais em que um é seropositivo, é evidente que deve ser usado o preservativo, sem mais qualquer dúvida. Agora que as campanhas se limitem a pretender consciencializar as pessoas falando só "que é preciso usar o preservativo" , sem nenhuma consideração quanto aos comportamentos a ter segundo os valores próprios do que humano, é a mesma coisa, na ordem moral, que andar a ensinar como é que os ladões podem roubar sem serem apanhados.
Quer se queira quer não, a divulgação pura e simples do uso do preservativo transmite a noção de que ter relações sexuais com quem quer que se queira, ou possa, é um acto normal, e o que é preciso é evitar a contaminação pela SIDA. Não há, como devia haver, uma palavra de estímulo para dar valor e importância a correctos comportamentos, dar valor e importância aos meios naturais e sobrenaturais para se conseguir o domínio dos apetites, revalorizar, sem vergonha, a grandeza da virgindade da juventude e da fidelidade entre esposos.
A vida humana não pode existir equilibrada, e ter futuro, sem que o homem encarne e viva os valores genuinamente cristãos, e sem que seja instruído sobre a sua vida sobrenatural.
A luta contra a SIDA reflete muito a falta desses valores, e pode ser vista como uma acção que, em vez de levar a uma educação sexual humanizada, faz crer que não há fronteiras nem limites à satisfação de todos os apetites sem discriminação, como se o homem estivesse mergulhado animalescamente neles e os tivesse de controlar pelo uso de sã razão.
A saúde pública exige que a luta contra a SIDA seja uma luta humanizada, levendo em conta os perigos do corpo, mas prevenindo ao mesmo tempo a "SIDA da Alma", que é o pecado duma sexualidade com as regras próprias dos gatos e dos cães. E é por isso que o comportamento humano, em muitas circunstâncias, não é senão comparável ao daqueles bichos.
Não se queira, portanto, combater a SIDA corporal por meios que favorecem, por um lado, a propagação da SIDA da alma e, por outro lado, a difusão da SIDA social que, ambas, são males igualmente "letais".
| Levi Guerra |
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