[ Especial ]



    Nas conclusões do IV Simpósio do Clero

    Criar espaços para a reflexão e oração


    É "um risco e também uma consciência: os padres não conseguem encontrar tempo para rezar". Como noutros contextos sociais, a oração também está em crise no clero. Isso mesmo começou por se constatar na primeira conferência do IV Simpósio do Clero, que terminou em Fátima no dia 6 de Setembro. "Sabemos muitíssimo bem que, diante de tantas solicitações, nem sempre há tempo para parar e fazer silêncio", confessou D. Jorge Ortiga, membro da Comissão Episcopal do Clero Seminário e Vocações, que promoveu este Simpósio.
    Mas porque é na oração que o padre realiza grande parte da sua missão pastoral, o IV Simpósio quis ensinar a rezar mais. Dele não saíram "propositadamente" - diz D. Jorge Ortiga - conclusões. Essas, continua, estão confiadas a cada um dos padres participantes: no seu ministério e no clero com quem trabalham, serão chamados a colocar em prática o que aprenderam em 5 dias de Simpósio, nomeadamente os ensinamentos deixados por uma religiosa de clausura que, diante de 10% do clero de Portugal (foram 380 os padres participantes neste Simpósio) disse como fazer silêncio e ensinou a rezar.
    Às comunidades onde estão inseridos "a fazer muita coisa", D. Jorge deixa um pedido: "necessitamos de educar as nossas comunidades para que não vejam no padre um faz tudo e com dever e obrigação de fazer o que eles pretendem em todas as horas, mas reconhecer que o padre necessita de tempo para ele, para preparação intelectual e espiritual e, como cristão, para orar", concluiu.