Em Cesar (Oliveira de Azeméis)

O último domingo foi um dia grande de festa para Cesar, ao celebrar condignamente os 40 anos de trabalho apostólico na paróquia do padre Joaquim Vieira Cavadas. Nas diversas manifestações, o sacerdote sentiu o carinho e a amizade da comunidade.
Logo pela manhã, no final da primeira missa, na sacristia, o homenageado, rodeado pelos fiéis que participaram no Santo Sacrifício, descerrou uma lápide que perpetuará os 40 anos de actividade pastoral.
Mais tarde, no auditório do centro paroquial, foi celebrada missa de acção de graças. Para além de muitos fiéis, alguns de paróquias vizinhas, estavam familiares do padre Cavadas e 12 pessoas carenciadas da freguesia, que o homenageado fez questão de convidar para estarem primeiro na celebração e, posteriormente, no almoço.
Logo no início da missa, Carlos Costa Gomes saudou o sacerdote homenageado. Admitindo que "a caminhada teve rosas e espinhos", acrescentou que "as deste sacerdócio têm sido bastante mais bonitas, tornando a missão confiada por Deus um hino à vida, ao serviço e à entrega radical do bem espiritual dos homens".

"Cesar tem a sua marca"
O orador destacou, no plano da pastoral, dois momentos altos nos últimos 40 anos: os da ordenação, primeiro do padre António da Rocha e, mais tarde, do padre Nuno Lima. A estes acrescentou os movimentos apostólicos e catequéticos, culturais e recreativos, reconhecendo no padre Joaquim Cavadas "um espírito moderado mas renovador, aberto à criatividade, promovendo a orientação e delegando nos animadores a responsabilidade de cristãos adultos ao serviço de Deus. A paróquia de Cesar tem a sua marca, o seu cunho pessoal".
A concluir, Carlos Costa Gomes disse: "Aceite estas singelas palavras, aceite esta celebração de acção de graças como gesto simples de toda a comunidade, mas com um significado que nos transcende e nos eleva até Deus. Conte connosco, a comunidade conta consigo".
Na homilia, o sacerdote recordou a sua chegada a Cesar a 5 de Dezembro de 1964 e os 40 anos aqui passados, "uma presença nem sempre fácil, com altos e baixos, com alegrias e tristezas, incompreensões de alguns, mas também amizade da maior parte". Historiou a passagem como coadjutor pelas paróquias de Matosinhos (um mês) e Santíssimo Sacramento, no Porto (cinco anos) e a de pároco, durante cinco anos e 15 dias, em Codal, antes de chegar a Cesar. Deu graças a Deus "pela vida, pela vocação, pela Igreja que me soube acolher, pelo testemunho sacerdotal que recebeu de outros colegas, pelos professores, pelos condiscípulos, pela ordenação sacerdotal, pelo Reino de Deus, pela amizade sacerdotal e a ajuda mútua dos colegas vizinhos, sem esquecer os que já faleceram, padres Milhinha (Fajões), António (Nogueira do Cravo) e Benjamim (Fermedo), pela dedicação fraternal da irmã Maria Eugénia, que há 45 anos sempre tem estado a meu lado, pela oração e vida de fé dos crentes desta comunidade".

Maior participação na vida da Igreja
Numa espécie de balanço, o padre Joaquim Cavadas assinalou que "houve uma tomada de consciência do que deve ser uma comunidade paroquial e do que é preciso realizar para se ser verdadeiro membro dela, há uma vida cristã e espiritual mais consciente, uma maior responsabilidade dos leigos e uma maior participação na vida da Igreja". Para ilustrar apontou os diversos movimentos e actividades da paróquia, nomeadamente, os Cursos de Cristandade, Casais de santa Maria, Cursos de Preparação para o Matrimónio, Pastoral Familiar Regional, Cursos de Senhoras "Cristo na Tua Visa", Catequese Infantil, Adolescentes e Jovens (até ao 13.º ano), preparações para o Sacramento do Crisma, Jovens Convivas, Cursos de reflexão para Casais, Ministros extraordinários da Comunhão, grupos corais Litúrgico e Jovens Shalom, reuniões com todos os níveis de catequese, de liturgia, para a vivência dos vários tempos litúrgicos, membros nas associações de pais nas escolas, escola de Pais Nacional, Associações de S. José, Sagrado Coração de Jesus, Confraria do santíssimo e Irmandade das Almas, comissões de obras, de festas, Assistência Paroquial - espiritual e financeira aos mais desfavorecidos -, zeladoras dos altares da igreja e das capelas, grupo de senhoras da Casa do Cruzeiro e agora do centro paroquial".
No plano material apontou o restauro completo da igreja matriz, das capelas de Nossa Senhora da Graça e de Vilarinho, construção da nova residência paroquial, construção do cofre da igreja, aquisição da Casa do Cruzeiro, construção do centro paroquial, arranjo total do salão anexo à igreja, do adro da igreja, construção da nova casa do Senhor, a expensas da Câmara e da Junta de Freguesia. Por isso, o padre Cavadas agradeceu a participação do poder autárquico e o arranjo do Largo da Igreja. "Ficou um conjunto de obras muito moderno, agradável e arejado, sem esquecer o parque de estacionamento na parte posterior da igreja".

Lembranças e agradecimentos
Na celebração presidida pelo padre Joaquim Cavadas, a que se associaram os padres Albino Fernandes, vigário da vara, Elias Rocha (Pindelo), Telmo Magalhães (Fajões), Januário dos Santos (Missionários da Boa Nova), Fernando Gonçalves (Milheiros de Poiares e Macieira de Sarnes), Manuel Henriques (Mansores e Chave) e Manuel Nogueira (Escariz), para além dos dons levados ao altar durante o ofertório, foi oferecido ao homenageado, em nome da paróquia, um relógio, bem como 20 rosas vermelhas, enquanto à irmã Geninha, que há 45 anos o acompanha, 20 rosas brancas, entregues pelas crianças e jovens dos 13 anos de catequese, Convivas de Cesar, Grupo Coral juvenil "Shalom", Grupo Coral Litúrgico, Senhoras "Cristo na tua vida", Casais de Santa Maria, Assistência paroquial e Ministros Extraordinários da Comunhão.
Já durante o almoço que se seguiu, o padre Cavadas foi distinguido com outras lembranças, nomeadamente com uma fotografia que será colocada, enquanto permanecer em Cesar, na sacristia e um livro dos santuários marianos, enquanto a irmã Geninha recebeu uma volta comcrucifixo em prata e ramos de flores. Particularmente, Manuel Freitas e família, Julieta e Manuel Lima, Fátima Pinho (Fajões), Helena Tavares, Hália Azevedo, Convivas de Cesar, Margarida Godinho e Jorge Rodrigues ofereceram recordações.
O homenageado agradeceu reconhecidamente a toda a comunidade, aos promotores da iniciativa, as palavras que lhe foram dirigidas e as lembranças. Referindo-se à placa que, a partir de agora, assinalará aos vindouros os 40 anos de trabalho apostólico em Cesar, afirmou, em jeito de brincadeira, que gostaria que ela só fosse retirada por um sacerdote que estiver cá 40 anos. "A caridade sacerdotal e o amor da comunidade não a deixarão retirar", afiançou.
Relativamente ao quadro com a foto que lhe foi oferecido, por sugestão, prometeu colocá-lo na sacristia, mas, advertiu, "quando for embora, acompanhar-me-á. É um gosto pessoal que eu não dispenso".
Já quanto ao futuro e respondendo ao Dr. António Vasconcelos, que defendeu a presença dos sacerdotes nas paróquias orientando os leigos, afirmou: Não me peçam muitos anos, peçam dias, pois cada um que passarmos será uma vitória".
A encerrar um dia de festa e de muita satisfação da comunidade de Cesar à volta do seu pároco, o Grupo de Cantares da Villa Cesari apresentou alguns números de música tradicional portuguesa.