Maria João Oliveira
O VIII Fórum Internacional da Juventude, subordinado ao tema Os jovens e a universidade: testemunhar Cristo no ambiente universitário, realizou-se em Rocca di Papa (Roma), entre os dias 31 de Março e 4 de Abril p.p.
Contando com a participação de representantes de cerca de 90 países de todos os continentes e de trinta associações e movimentos eclesiais internacionais que trabalham no âmbito universitário, este encontro revelou-se um espaço privilegiado de aprendizagem, tal a diversidade de culturas e experiências. A participação portuguesa foi assegurada por Maria João Oliveira e Bruno Nobre, estudantes de mestrado no Porto e de doutoramento em Lisboa, respectivamente.
Os espaços de diálogo entre os participantes foram favorecidos através da sua divisão em "study groups" diários com duração média de duas horas, e dedicados à reflexão de temas previamente escolhidos. A intervenção dos jovens participantes no período de discussão que se seguia às mesas redondas e às prelecções dos vários convidados, era livre.
A todos os representantes foi dada a oportunidade de se apresentarem ao Fórum exibindo numa espécie de "montra" de materiais (cartazes, panfletos, postais, objectos do quotidiano, etc.) que, como lhes tinha sido solicitado pela organização, haviam trazido consigo.
Eis o testemunho de uma das participantes neste Forum:
"Durante estes dias, mais do que nunca tive a certeza de que não estava só, que jovens de todo o mundo tinham problemas semelhantes aos meus e alguns bem mais difíceis, principalmente os que vivem em países minoritariamente católicos ou em guerra, que lutam para poderem mostrar as suas convicções, que se regozijam com cada colega que se converte a Cristo, que se esforçam por viver realmente segundo o Evangelho mostrando nas suas acções do dia-a-dia verdadeiras provas de cristianismo. Assim, se por um lado aprendi a valorizar o país em que vivo, por outro senti a necessidade, o impulso, de fazer mais e melhor. Nas conclusões do Fórum sua Eminência o Cardeal Rylko incitava-nos a sermos "sentinelas da manhã na Universidade", e todos juntos apontamos algumas estratégias: dar mais profundidade às actividades que se realizarem (não deixando que a quantidade negligencie a qualidade), utilizar temas do quotidiano nas discussões com os jovens mostrando o "agir" cristão, usar as novas tecnologias como modos de divulgação, incentivar a realização de projectos comunitários de qualquer tipo (até de reciclagem!) de modo a complementar o "isolado" empenhamento pessoal, fazer "Dias Mundiais da Juventude" ao nível local, regional, nacional ou internacional "linguístico" (aplicável a Portugal aos PALOP, Brasil e Timor).
Espontaneamente se criaram amizades com os "irmãos em Cristo" (como tantas vezes durante o Fórum fomos chamados). A vontade de prolongar aquela vivência de grande família de universitários católicos facilmente se via, nos últimos dias, na frenética troca de e-mail, moradas e números de telefone, nas imensas fotografias, nas promessas de visitas e nas certezas de encontro para o próximo ano em Colónia!
Foi com um enorme sorriso que esta semana, ao abrir o meu correio electrónico, via uma mensagem enviada por uma das representantes do Brasil. Pedia-me para fazer parte de um projecto que pretendia ser a continuação on-line do Fórum, servindo eu de tradutora para inglês e português das mensagens que fossem chegando dos vários membros. A resposta imediata foi "sim, quero ser sentinela da manhã, quero ser um dos muitos que têm coragem de ser cristãos na Universidade. Ser sal que dá sabor, ser lâmpada que dá luz, ser fermento que faz crescer".