Encontro do Movimento de Apostolado de Adolescente e Crianças
O MAAC (Movimento de Apostolado de Adolescente e Crianças) realizou nos dias 4 e 5 de Março no Seminário Diocesano do Vilar no Porto, um Encontro Nacional de Formação de Acompanhantes integrado no Plano de Acção Nacional para 2006 que tem como lema Crescer com Direitos e Deveres. O encontro teve como tema Como trabalhar os direitos e deveres, com as crianças e adolescentes e contou com a presença de 28 participantes das Dioceses do Porto, de Braga, de Aveiro, de Coimbra, de Leiria-Fátima, de Santarém, do Funchal e de Angra do Heroísmo.
A reflexão do encontro foi dinamizada pelo Dr. Bernardino Silva, psicólogo e professor universitário, e pelo P. Emanuel Valadão, assistente nacional do MAAC.
Partindo do método do Movimento, Ver - Julgar e Agir foi aprofundado o que é hoje, por um lado, a realidade das crianças e adolescentes perante a sociedade e, por outro, como se definem os direitos e os deveres.
O Dr. Bernardino Silva ajudou a reflectir sobre as contradições que existem entre os pais e os filhos, e a sociedade pela qual são condicionados. Foi discutido que a geração dos jovens hoje é complexa e diferente das anteriores. Antes, o tempo das crianças e adolescentes era condicionado pelos trabalhos de casa, hoje é pelos jogos de vídeo, pelo computador e pela televisão. Assim, a sua concepção dos direitos e dos deveres difere, por exemplo, da dos seus pais e é condicionada pelos contextos familiar e social em que vivem.
Foi referido que todo o Homem tem de cumprir os seus deveres para ser digno dos seus direitos. Nesta etapa, foi ainda discutido o desenvolvimento das crianças, e mais especialmente dos adolescentes, no sentido de compreender as suas atitudes. No final, concluiu-se ser fundamental a formação contínua dos acompanhantes, para além da sua atenção para com o contexto familiar das crianças e adolescentes e de uma atitude de compreensão e diálogo para com eles.
No momento relativo à etapa do Julgar, o P. Emanuel ajudou a aprofundar as questões sobre como viver os direitos e deveres e como Jesus Cristo nos ajuda a vivê-los. Chamou a atenção para a importância que se deve dar às pequenas acções transformadoras, que cada um deve procurar realizar. Lembrou que personalidades que se destacaram na sociedade, como a Madre Teresa de Calcutá ou Martin Luther King, começaram também por pequenas acções de mudança, enraízadas nas suas convicções e valores. No decurso da sua exposição sublinhou também a necessidade de:
Se ter tempo para discernir as nossas acções, no sentido de se respeitar os outros e de humanizar cada vez mais as nossas acções. A minha liberdade não pode existir sem a liberdade dos outros.
Se ser tolerante não por resignação mas por alegria, de nos sentirmos felizes pelo mundo diverso em que vivemos e de percebermos as diferenças como um meio para ver o mundo de outra maneira.
Esta etapa foi concluída com uma breve discussão sobre os direitos que Jesus teve e não teve enquanto criança e na sua vida. Por exemplo, enquanto criança Jesus teve direito a um nome e a uma nacionalidade (Luc.2.21) e ao amor e compreensão de uma família ... não Vês que eu e o teu pai andávamos aflitos à tua procura (Luc.2, 48-52). Foi também referido que quando Jesus começou a pregar assumiu na sua vida o dever de anunciar a dignidade da pessoa humana Reconheço na verdade que Deus não faz acepção de pessoa (Act.10,34).
Por último, o Dr. Bernardino, na etapa do Agir apresentou um conjunto de fotos do Paquistão e de São Tomé e Príncipe, onde direitos humanos básicos não são vividos pelas pessoas que lá residem e onde algumas instituições humanitárias desencadeiam acções de cooperação para o desenvolvimento e de solidariedade.
Também foi relembrado, que como acompanhantes de um Movimento de Crianças e Adolescentes, testemunhar é fundamental e que as iniciativas transformadoras desenvolvidas no MAAC devem partir das crianças e adolescentes que, de um modo geral, estão voltados para a solidariedade. (Inf.: MAAC Nacional)