Com a presença do Primeiro Ministro António Guterres, do Ministro da Cultura, Augusto Santos Silva, da Presidente da Sociedade Porto 2001, Teresa Lago, e do Presidente da Câmara do porto, Nuno Cardoso, realizou-se ontem a reabertura oficial ao público do mais emblemático Museu da Cidade do Porto: o Museu Soares dos Reis, após realização de vultuosas obras de restauro.
É um evento que se saúda, até porque pode e deve constituir um acréscimo de valorização para a capital europeia da cultura. Situado no coração da cidade, importa torná-lo mais visível quer para os residentes, quer para os visitantes, sobretudo os turistas. É sabido que um dos motores do turismo é a visita aos museus mais notáveis de cada terra. O Soares dos Reis não é o Louvre ou o Prado, nem sequer o Museu das Janelas Verdes, mas possui um acervo muito notável de obras de arte que importa revelar e tornar visíveis, para que mereçam a presença do público. Sobretudo, importa torná-lo conhecido, vivo e atraente.
A primeira forma de atracção é o conhecimento. Dar a conhecer, anunciar, divulgar pelas agências de viagens, pelas escolas, pelos lugares públicos. Um museu não é coisa morta: é a raiz que mantém viva a identidade dos povos.
A reabertura dos novos espaços e colecções do Museu tem como ponto mais saliente a apresentação de uma exposição temporária intitulada Francisco Vieira, o Portuens, (que ficou conhecido apenas por Vieira Portuense), a primeira das três exposições temporárias agendadas para este ano. Vieira Portuense (1705-1805, assim chamado para se distinguir de outro seu homónimo, Vieira Lusitano -1699-1783) é um dos pintores mais internacionais do seu tempo, verificando-se já na sua pintura os indícios das tendências românticas.
O Museu foi, a partir de 1990, objecto de um programa de renovação e ampliação, da autoria dos arquitectos Fernando Távora e José Bernardo Távora. A última fase. agora concluídaintegrou-se no programa de renovação de equipamentos culturais do Porto 2001. O Museu conta agora com duas salas de exposições temporárias, um auditório de 180 lugares e espaços qualificados para reservas. No jardim estão expostas peças de lapidária ligadas à cidade do Porto, e no 2º piso é exibida a colecção de artes decorativas.
Na exposição permanente, dá-se relevo à pintura e escultura de artistas do séculos XIX e XX, entre os quais Silva Porto, Henrique Pousão (que tem toda uma sala que lhe é dedicada), Aurélia de Sousa, Soares dos Reis e Eduardo Viana.
Cerâmica, ouriversaria, joalharia, mibiliário e têxteis, dos séculos XVII ao XX, contituem as componentes do acervo de artes decorativas patentes no Museu.
O Museu encontra-se aberto das 10 às 18 horas, encerrando às segundas-feiras. A entrada custa 600 esc. sendo gratuito aos domingos e feriados até às 14 horas.