Lino Maia

Construída e consagrada a Igreja do Padrão da Légua em Outubro de 1980, logo a comunidade quis que a Paróquia desenvolvesse outros serviços de apoio social. Decorridos três anos, no mês de Novembro, era constituído o Centro Social Paroquial e, passados mais três meses, já era inaugurado o Infantário “Encanto”, com as valências de Jardim de Infância e ATL. Pouco tempo depois, abriria a Creche e assim ficavam reunidas as três valências de apoio à infância, resolvendo-se muitas das dificuldades com que os pais se confrontavam, até então carecidos de infra-estruturas do género.
O trabalho realizado foi de tal modo positivo e a qualidade do serviço prestado foi tão encantadora que se viu que uma obra destas não poderia ficar por ali. Prontamente, aceleraram os estudos para um Lar de 3ª Idade, obra de grande envergadura, nunca vista por aquelas paragens, e que exigia um empenho ainda superior. Em Maio de 1990 o Lar era inaugurado e pouco depois o Centro de Dia abriria as suas portas. O serviço de Apoio Domiciliário, de vida efémera, começaria um pouco mais tarde, em 1996.
Quase simultaneamente, também se construía um parque infantil e ultimavam-se as piscinas e o auditório paroquial. Destas instalações só não perdura o parque infantil que não resistiu a continuados actos de destruição de alguma população desenraizada.
Todo este empreendimento foi realizado quase exclusivamente com o apoio dos paroquianos. Das entidades oficiais, Estado e Câmara, chegavam os estímulos anímicos, importantes mas inconvertíveis em numerário.
A alma de tudo, em tudo e para tudo era o Padre António Barros, que beneficiava do apoio incondicional de um valoroso grupo de paroquianos e da confiança generalizada de uma jovem Paróquia.
Presentemente, os utentes do Centro Social Paroquial do Padrão da Légua atingem as quatro centenas, entre crianças (260 dos 0 aos 12 anos de idade, em creche, jardim de infância e ATL) e cerca de 130 idosos (com 100 internos, em Lar, com uma média etária de 85 anos, com as complicações que de aí decorrem, e 30 em Centro de Dia). O seu timoneiro é o Padre Joaquim Mário, um pastor com um enorme coração e um espírito eclesial muito forte, cuja alma sacerdotal tem sabido aliar o respeito pelo seu antecessor com a promoção qualitativa de toda uma grande obra social. Enfrenta dificuldades, como as relacionadas com necessidades de conservação de equipamentos e com a não significativa dádiva voluntária de tempo ao Centro - estas instituições carecem especialmente de voluntários disponíveis e voluntários jovens. Lidera uma bela equipa dirigente, dedicada e generosa, de que fazem parte, entre outros, Álvaro Rodrigues, Aurélio Macedo, Fernando Belém e Marcos Quintas (direcção). Gere um orçamento mensal que ronda os 160 mil euros (42% dos quais cobertos por acordos de cooperação com o Estado) e é responsável por um grupo com cerca de 90 funcionários, muitos deles ali trabalhando desde o seu início, o que causa algumas preocupações devido ao desgaste natural que uma actividade tão intensa comporta.
Sendo o Padrão da Légua uma paróquia de constituição muito recente e correspondendo ao “cruzamento” de quatro núcleos populacionais de outras tantas freguesias (Custóias, Leça, Senhora da Hora e S. Mamede de Infesta), com a orientação que lhe tem sido dada, o Centro Social está a ser um pólo promotor de comunhão e de identidade e está a ser um “padrão” verdadeiramente evangelizador numa extensa área do concelho de Matosinhos e sua zona envolvente.