Conclusões do Encontro de apoio ao Imigrante
O V Encontro Nacional de Apoio ao Imigrante concluiu os seus trabalhos em 16 de Janeiro de 2005. Foram analisados os contrastes profundos entre "a grandiosidade dos recém construídos estádios de futebol e o luxo escandaloso dos condomínios privados, fechados sobre si próprios, dispondo de equipamentos que atendem, ao momento, os mais excêntricos caprichos dos seus moradores, do outro, os bairros degradados, onde tudo falta. É necessário um projecto nacional para a imigração que resolva os seus problemas de habitação" (P. Valentim Gonçalves). Foi denunciada "a recusa, por parte dos senhorios, em estabelecerem contratos de arrendamento, as más condições de habitabilidade e, ainda, situações de racismo e discriminação". Por outro lado, regista-se o trabalho dos Centros de acolhimento, propondo-se "o estabelecimento de parcerias, trabalho em rede e, no que diz respeito aos técnicos, muita compreensão e firmeza", bem como "a importância da implementação de políticas integradoras, que respeitem a diversidade e multiculturalidade das populações a realojar".
Entre as possíveis soluções para os problemas da habitação, sugeriu-se "a concretização de políticas que garantam habitação para todos, pela aceitação das diferenças, por parte de toda a comunidade e, também, pela responsabilização do imigrante em relação aos direitos e deveres de cidadania".
Do conjunto das intervenções e dos testemunhos, apresentados, no "V Encontro de Apoio ao Imigrante", ressaltaram as seguintes ideias-força:
A Habitação é um direito; a necessidade de alterar a lei 163/93 de 7 de Maio; a habitação é mais do que ter um tecto; a necessidade de eliminar alguma burocracia exigida aos imigrantes para a aquisição de casa ; a necessidade de pressionar as Autarquias para a implementação de políticas mais adequadas ao realojamento; a importância dos imigrantes respeitarem as normas e deveres de cidadania pois, muitas vezes, essa não observância é potenciadora de maior exclusão social.
Ideias práticas apresentadas pela assembleia: Proporcionar aos imigrantes um maior número de espaços de culto; Visitas às famílias; Incentivar os deveres de cidadania;
Incentivar boas práticas de economia; Adaptar formas de acolhimento não discriminatórias (os imigrantes deverão ser acolhidos como cidadãos iguais); Envolver toda a comunidade, e não só a Igreja, no trabalho com os imigrantes; Trabalhar em parceria com as Associações de Imigrantes; Fazer um maior esforço de aproximação às comunidades estrangeiras mais fechadas.
No final dos trabalhos, embora sem título definitivo, foi decidido que o próximo encontro deverá trabalhar sobre as questões : " Evangelização, Identidade e Cultura"