A Paróquia de S. Veríssimo de Valbom tem como pároco, desde 2 de Fevereiro de 1971, o Pe. Manuel Moreira de Paiva. Nasceu em Escariz, Arouca, em 6 de Outubro de 1932. Entrou para o Seminário do Porto em 1944. Foi ordenado presbítero em 4 de Agosto de 1957. Foi coadejutor na Paróquia das Antas e, posteriormente, pároco de Fornos e Sanfins, e de Esmoriz. Para além do seu incansável empenhamento pastoral, privilegiou, ao longo dos 33 anos como Pároco de Valbom, a vertente sociocaritativa, dotando a comunidade paroquial de vários equipamentos, de que se destacam o Centro Social da Paróquia de Valbom, e a Casa do Deficiente. Transformou a velha igreja num amplo templo com capacidade para cerca de mil pessoas , melhorando com instalação do aquecimento. Dotou a Paróquia com uma nova residência paroquial. Promoveu recentemente a construção da Capela da Ressurreição, com uma ampla capela e vários velórios, com aquecimento. No mesmo edificio, 5 amplas salas de catequese. Promoveu obras de restauro e conservação nas várias capelas da paróquia. Descreveu para Voz Portucalense a vida da comunidade paroquial por que é responsável há 33 anos.
VP- Quer descrever a Paróquia de Valbom que encontrou há 33 anos?
P.Paiva- Há 33 anos encontrei uma paróquia a pedir novos equipamentos para as celebrações litúrgicas que aliás contavam com assembleias reduzidas de fieis. Vivia-se quase só a pastoral tradicional.
VP- E hoje, em termos sociais e religiosos, o que é a Paróquia de Valbom ?
P.Paiva- Sentimos grande alegria em contar com uma comunidade viva com cinco assembleias dominicais das quais 2 (Igreja e Centro). Sobressaem em número de fieis. Há uma boa presença de jovens e participação activa.
VP- Dotou a Paróquia de Valbom de excelentes equipamentos. Quer referi-los e partilhar com os leitores de VP como conseguiu concretizá-los?
P.Paiva- Desde o princípio houve a preocupação de restaurar a Igreja e Capelas e lançar a construção do complexo do Centro Paroquial e ultimamente a Residência Paroquial e da Capela da Ressurreição. Foi-se fazendo a campanha das obras cada uma por sua vez, animando e entusiasmando o povo de Valbom para quem contou muito os vários cortejos paroquiais e muitas festas e actividades. Pobres e ricos todos foram colaborando e ajudando talvez mais o povo humilde e trabalhador. Contando ainda muito com as ajudas da Câmara Municipal e Junta de Freguesia, para a obra do Centro Paroquial com a Segurança Social que muito tem participado na edificação e agora mais na manutenção do apoio assistêncial.
VP- Sendo reconhecido por todos, inclusive pelos autarcas concelhios, que tem privilegiado os aspectos sociocaritativos, não significa que tenha remetido para segundo plano a evangelização e a liturgia. Quer falar-nos da catequese infantil, número de crianças que atinge, Catequese da Adolescência, Catequese Juvenil, Catecumenato e Catequese de Adultos?
P.Paiva- A obra material e os equipamentos valem na medida que servem a comunidade e promovem o bem humano e cristão das pessoas. A minha primeira preocupação tem sido no sector proféctico, contando com muitas realizações no campo evangélico, nomeadamente na pastoral da família que tenho prestigiado a nível paroquial e Vicarial.
VP- Há aspectos pastorais que sempre o preocuparam muito, como a Família e a saúde. Tem dedicado também muita atenção ás Famílias Anónimas. Estes aspectos são mesmo importantes na vida duma comunidade paroquial. Quer partilhar a sua experiência nestas áreas?
P.Paiva- Sem dúvida as situações das famílias já nos aspectos humanos e sociais já no campo de carências materiais e espirituais me tem preocupado continuadamente acresce ainda a múltiplicação de casos e problemas graves que atingem muitas pessoas e famílias com a droga e o alcool . O movimento das famílias anónimas, toxicodependentes e alcoólicos anónimos, procuram dar resposta a muitos que procuram angustiosamente soluções.
VP- Com este trabalho que tem desenvolvido na paróquia de Valbom, acha que seria natural terem despertado muitas vocações sacerdotais e religiosas? Que perspectivas para o futuro?
P.Paiva- Toda a acção da Igreja deve ser fecunda na geração e gestação de vocações baptismais ou seja no assumir de tarefas eclesiais para servir os ministérios laicais e consagrados. É para grande alegria o aparecimento de vocações sacerdotais e religiosas. Contamos na Paróquia com um Padre uma irmã missionária das novas gerações.
Desejamos que os 150 catequistas na maioria jovens tenham sensibilidade e porque não aspirações ás vocações consagradas.
VP- A Paróquia já editou um jornal, o "Convenção". Esta paragem é definitiva ou apenas para uma pausa? Que vantagens para um jornal paroquial ? E vicarial?
P.Paiva- A paróquia contou durante quinze anos com um jornal mensal "Convenção", que por razões de disponibilidade de equipe de voluntários disponiveis por um lado e razões económicas por outro aumentadas com o corte de porte pago obrigou á suspensão da públicação.
Há um grande anseio já da minha parte pessoal já do pensar de muitos responsáveis paroquiais que se venha a continuar a publicação de "Convenção" que tão necessário se torna no tempo de hoje. Vai ganhando corpo a ideia da publicação duma inter paroquial ou mesmo Vicarial que seja meio de serviço de evangelização no meio.
VP- Tem um carinho especial pelo Diaconado Permanente. Acha que as vocações a este ministério ordenado deveriam ser mais incentivadas? Que vantagens, a partir da sua experiência, tem para uma paróquia a presença e o trabalho dum Diácono?
P.Paiva- A Igreja continua a preocupar-se com as Vocações Sacerdotais e até a investir bastante na sua promoção.
Mas parece-me ser necessário juntar á sensibilização e animação vocacional para jovens em ordem ao sacerdócio presbitral, a procupação para as vocações ao Diaconado permanente que não sinto muito na pastoral vocacional.
Penso até que o caminho futuro para o sacerdócio presbitral está mais nos caminhos para o Diaconado.
Por isso vejo o Diácono Permanente como uma ajuda preciosa nos tempos que estamos a falta de Presbitres por um lado e uma realização mais plena da Igreja povo de Deus por outro lado.
Para quando o surgir do seio da própria comunidade vocações aos ministérios laicais de leitores e acólitos eo Ministério Consagrado de Diáconos Permanentes.
VP- O que é que mais o realizou como Pároco de Valbom?
P.Paiva- A criação duma Comunidade Viva a partilhar os bens espirituais e materiais, servida por equipamentos e bastantes meios.
VP- Que mais gostaria de fazer em Valbom?
P.Paiva- Pergunta fácil de se fazer e de resposta difícil .
Mas vai. Completar numa prespectiva equilibrada e harmoniosa a vivência da Comunidade Paroquial e pedir ao Senhor, se me der a graça de lá chegar .
Também aos responsáveis da Igreja um tempo de descanso que seja fecundo na dimensão espiritual a compensar as falhas do tempo activo agora ao fazer os 75 anos de vida e celebrar as Bodas de Ouro Sacerdotal que já vai acontecer daqui a três anos. Penso merecer a Jubilação que não deve ser só para Cardiais e Bispos, mas também para Presbiteros como manda o Direito Canónico. Acrescentando que as Paróquias deviam assumir a obrigação de completar a reforma económica uma vez que falharam nos descontos para a mesma julgo ser vantagoso para a pastoral da Igreja e para o bem do próprio sacerdote e da paróquia.
É como coroa de todo o trabalho ver surgir do seio da Comunidade Paroquial uma vocação ao Sacerdócio Diaconal para servir a Igreja.