[ Especial ]



    O Povo, as Trevas e a Luz

    Albertino Costa


    Muita gente, a quem falta um pouco de cultura cristã, vive uma vida paganizada e pretende fazer crer que a doutrina da Igreja deve passar pela aceitação de princípios mundanos, que nada têm de cristãos e muito menos de modernos. Serão, quando muito, modernices!
    Quando falamos em assuntos como aborto, a eutanásia ou mesmo o divórcio, com a generalidade das pessoas, que domingo a domingo frequentam a Eucaristia, sentimos que nem tudo vai bem.
    Poucos são os que participam na Eucaristia por sentirem que vale a pena aceitar o convite e lhes dá prazer aproximar-se na Mesa do Senhor.
    O temor a Deus, sem ter medo de Deus, é uma forma de reconhecer o seu amor, a sua misericórdia por um povo pecador.
    SS. o Papa aconselha uma acção evangelizadora nas paróquias para que a família cristã possa viver mais consciente. Com esta acção pode correr-se o risco de perder alguns mais agarrados ao imobilismo. Acreditamos, contudo, que a evangelização permite recuperar mais tarde os que agora se mostrarem mais renitentes à aragem do Concílio Vaticano II.
    Precisamos de nos conhecermos, mas também de nos encontrarmos, a nós mesmos, nos sofrimentos e nas esperanças, nas dúvidas e nas certezas. Se cada um não tiver hoje um encontro vivo com Jesus Cristo, pode acreditar porque lhe disseram, mas nunca terá uma vivência real e passará a sua vida amargurada e perturbada.
    Não é agradável fazer parte duma família e verificar que nos tempos de acalmia não se sente grande preocupação em esclarecer, em formar e informar. Mas, quando os cristãos são chamados a opinar por meio do voto, o sino toca a rebate para tentar convencer, em pouco tempo, gente influenciada com a catequese do mundo paganizado...
    E o que acontece? Aquilo que aconteceu. Os bombeiros foram chamados, mas o incêndio estava incontrolado e não havia nada a fazer...
    “Vede cuidadosamente como andais – não como tolos, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” Ef 5, 15-16.
    Hoje as pessoas não escutam. Estão preocupadas com o pão e alienadas com a rotina da sua vida, que, aparentemente, parece não lhes deixar tempo para mais. Como ultrapassar esta situação? A criação de focos luminosos potentes nas paróquias que iluminem e queiram levar a sua missão por diante, serão com certeza bem vindas. É tempo de quaresma. Tempo de catequização e evangelização, mas também de meditação sobre os problemas que afligem a Igreja (a Igreja será toda a humanidade cristã). Nos tempos que vivemos, é importar estar atentos para não sermos impedimentos ao anúncio da Revelação Divina.
    “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda a bondade, justiça e verdade. Procurai discernir o que é agradável ao Senhor e não sejais participantes das obras infrutuosas das trevas, antes denunciai-as...” Ef 5, 8-11.