Cartas escondidas...
Recentemente participei numa Celebração Eucarística de Acção de Graças pelos 50 anos de Promessa Escuta de um Dirigente do CNE.
Foi uma Celebração preparada e vivida através da linguagem própria do Escutismo.
Chegado o momento da Liturgia da Palavra, esta foi apresentada como uma pista a percorrer, tendo o significado de cada sinal de pista sido reflectido e transportado para a vida de cada um de nós. Os ministros encarregues das leituras percorreram essa pista e receberam-nas ao encontrar o sinal de "carta escondida" como indicador de que essas leituras estão perante nós para serem descobertas.
A mensagem está lá, nos Textos Sagrados, para ser descoberta por cada um de nós.
A Palavra revela-se a quem a procura.
Neste tempo de Natal, em que os anjos são os arautos da grande Boa Nova, os sinais são muitos, todos eles reveladores do amor do Pai do Céu que fez do seu Filho dom para todos.
Quantos sinais do amor do Pai podem ser sentidos pelos Escutas ao relermos a nossa simbologia com imaginação!
"O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo que vai nascer há-de chamar-Se Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e está já no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus" (Lc, 1, 35-38).
Baden Powell convida-nos a seguirmos a mensagem deste mistério do Natal através do brilhante desafio que nos faz com o seu desenho do livro "Escutismo para Rapazes", no qual um Escuta dá um pontapé no im da palavra impossível. A Deus nada é impossível e Deus deu-nos o Seu Filho muito amado para nos apontar o caminho do possível. A paz é possível, o amor é possível, a verdade é possível e o Escuta deve ser um agente da paz, do amor e da verdade.
"Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? - perguntavam. Vimos a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo" (Mt, 2, 2-3)
Baden Powell adverte-nos, a nós educadores do CNE, de que é necessário e fundamental mostrar aos rapazes da cidade que por cima dos telhados do cinema há estrelas a brilhar.
As noites no campo, olhando o firmamento do céu, têm que ser para cada Escuta uma manifestação do nosso Deus presente na Obra da Criação.
Adoremo-l'O.
Se essas noites não servirem para adorar o nosso Deus, poderão ser tudo, menos noites de campo de Escutas.
Que as estrelas nos indiquem o caminho para o Pai.
Fica o desafio: caro Dirigente do CNE, através destes exemplos, prossegue a descoberta das cartas escondidas que a narração dos acontecimentos do Natal possui e relê-as aos teus Escutas.
E que o Espírito Santo nos ilumine.
Alexandre Leite