Filhos da esperança
O próprio Senhor, que ignora a mentira, exclama: "Eu sou a Ressurreição e a Vida! Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá para sempre" (Jo 11, 25s). Irmãos caríssimos, a voz divina é clara, porque quem crê em Cristo e observa os seus mandamentos, ainda que morra viverá.
O bem-aventurado apóstolo Paulo, acolhendo esta voz e guardando-a com toda a força da fé, ensinava: "Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância acerca daqueles que dormem, para que não continueis a afligir-vos" (1 Tes 4, 13). Que expressão admirável! Com ela o Apóstolo, ainda antes de enunciar todo o complexo da doutrina, já afirma a ressurreição. Com efeito, chama aos mortos "aqueles que dormem" de modo que, enquanto diz que dormem, garante sem dúvida alguma que ressurgirão.
"Para que não continueis a afligir-vos - diz - a respeito daqueles que dormem, como fazem os outros". Aqueles que não têm esperança afligem-se. Mas nós, que somos filhos da esperança, alegramo-nos.
(S. João Crisóstomo, Discurso sobre a consolação da morte, 1, 5)