Conforme noticiámos no número anterior, foi sagrado o altar da nova igreja de Travanca, no concelho de Oliveira de Azeméis. Relatámos o acontecimento, mas falta a sua história que o motivou e fundamentou. Ela aqui vai agora.
Na saudação a D. Manuel Clemente, o padre António Santiago traçou um breve retrato da paróquia de S. Martinho de Travanca. É uma paróquia, actualmente a rondar os 2100 habitantes, tipicamente rural, com muitos operários da construção civil e fabris e alguns empresários.
O responsável espiritual pela paróquia referiu que já há mais de 40 anos que os travanquenses pensavam ampliar a sua velha e pequena igreja, tendo mesmo sido elaborado um projecto, que não se concretizou.
Consultado o povo
Entretanto, mais recentemente, com a população a crescer e a situação económica do povo mais desafogada, pastoralmente, a questão da ampliação ou da edificação de uma nova igreja tornou-se mais evidente e necessária.
Em finais de 1991, o então Bispo do Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas, nomeou para os cuidados pastorais da paróquia de Travanca, o então pároco de Loureiro, padre Belmiro Pinho, e como auxiliar deste o padre António Santiago, pároco de Palmaz. Estes dois sacerdotes pensaram muito seriamente no problema, durante vários anos foi debatido pela Comissão Fabriqueira, fez-se uma consulta ao povo, para sabermos se preferiam a ampliação da velha igreja ou a sua demolição e no mesmo lugar a construção de uma nova, conservando os valiosos retábulos. Por maioria, o povo decidiu construir uma igreja nova.
Quatro anos difíceis
Elaborado o projecto, a 10 de Maio de 2003, o Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho veio benzer a primeira pedra. Além da Comissão Fabriqueira, sempre muito acompanhada, formou-se uma dinâmica comissão alargada. Foi o início de uma longa caminhada de quatro anos, difícil e, por vezes, mesmo dolorosa, mas também suavizada pela ajuda generosa de alguns beneméritos da paróquia, informou o pároco de Palmaz e Travanca.
Agora que, com a ajuda de Deus, a tarefa está concluída, temos para gáudio de todos uma nova igreja, ampla e airosa, sublinhou o padre António Santiago, que agradeceu a todos, a começar pelo seu colega, padre Belmiro Pinho, que a esta obra dedicou muito do seu esforço, às autoridades, ao arquitecto e demais técnicos que colaboraram, à imprensa, aos amigos e benfeitores e a todo o povo de Travanca.
Sem quaisquer apoios das entidades oficiais, a paróquia já investiu 930.000 euros no novo templo. Neste momento tem um passivo de 220.250 euros, mas espera um subsídio da Câmara Municipal no valor de 100.000 euros, cabendo o restante aos travanquenses.