INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO 2000 (III)
Antes de percorrermos brevemente as modificações introduzidas ao longo do Ordinário da Missa, veremos as variantes de carácter geral que dizem respeito às pessoas, palavras, atitudes, gestos, lugares e objectos implicados na celebração do mistério eucarístico. Comecemos pelas pessoas.
O capítulo III, dedicado aos "Ofícios e ministérios na Missa", é agora introduzido pelo parágrafo 91[antigo 59] que oferece o quadro de referência de todos os ministérios envolvidos na celebração da Eucaristia que, recorda-se, é a acção de Cristo e da Igreja e pertence a todo o Corpo da Igreja. Nela todos por igual - ministros ordenados ou fiéis leigos -, ao desempenharem a sua função ou ofício, devem fazer tudo e só o que lhes compete.
Entre os ofícios que decorrem do Sacramento da Ordem, mencionam-se em primeiro lugar os que competem ao Bispo. Mas já anteriormente, nos nn. 22-26 (parágrafos sem paralelo na edição precedente) se dera o máximo destaque à Liturgia Eucarística presidida pelo Bispo, com a participação do presbitério, diáconos e povo fiel, que é vista como a principal epifania da Igreja particular. Estas celebrações devem ser exemplares para toda a diocese, correspondendo plenamente às prescrições e ao espírito da sagrada Liturgia.
Na IGMR revista aparecem duas mudanças rituais atinentes ao bispo: é-lhe reservada a faculdade de abençoar o povo com o Evangeliário, após a proclamação do Evangelho (n. 175 [131]); acrescentaram-se palavras mais específicas à intercessão do bispo nas Orações Eucarísticas (149[109]) e esclareceu-se que, podendo nomear-se nessa comemoração o bispo coadjutor e os bispos auxiliares, não se devem mencionar os nomes de outros bispos eventualmente presentes.
Em relação ao presbítero, normalmente designado por "sacerdote", a IGMR recorda que a celebração da Eucaristia é a sua função principal e recomenda-lhe que o faça todos os dias, na medida do possível (19[4]). Sempre que estejam presentes numa Missa, os padres devem exercer habitualmente a função própria da sua ordem; devem, pois, concelebrar revestidos com as vestes sagradas, a não ser que estejam dispensados por justa causa (114[76]). O sacerdote que preside conserva sempre o direito de dispor dos elementos que são da sua competência (111[73]), o que não deve inviabilizar uma preparação efectiva de cada celebração litúrgica, segundo os livros litúrgicos, de comum e diligente acordo entre todos os que nela são chamados a intervir, tanto no que se refere aos ritos como no aspecto pastoral e musical (Ib.).
A Institutio amplia as adaptações permitidas ao sacerdote celebrante que, em geral, aparecem no Ordinário da Missa expressas com a rubrica: "... com estas ou outras palavras semelhantes". Essas adaptações visam fazer com que as monições/instruções durante a liturgia sejam mais compreensíveis para os fiéis. Entretanto, o sacerdote "deve procurar manter sempre o sentido da admonição proposta no livro litúrgico e exprimi-lo em poucas palavras" (31[11]). Outras mudanças atinentes aos presbíteros serão apontadas na apresentação do Ordinário da Missa.
O cap. IV tem uma secção intitulada "Missa com diácono" onde aparecem as principais indicações relativas ao desempenho das suas funções específicas na celebração eucarística (cf., já antes, o resumo do n. 94[61]). Tal como o presbítero, também o diácono não deve participar na Eucaristia disfarçado de leigo
Quando está presente, deve exercer sua função (116[78]), naturalmente revestido com as vestes litúrgicas próprias da sua ordem e, em virtude de ordenação sagrada, deve ser considerado como o primeiro dos ministros da Eucaristia, depois do sacerdote (94[61]). Quando leva o Evangeliário na procissão de entrada, deve levá-lo "um pouco elevado" (172[cf. 128]) [isto é, diante do peito: nem sequer a custódia eucarística se leva em procissão elevada acima da cabeça!]. Quando chega ao altar com o Evangeliário, o diácono não faz uma inclinação profunda, mas coloca o Evangeliário imediatamente sobre o altar e, em seguida, beija o altar junto com o sacerdote (173 [129]). Quando não leva o Evangeliário, o diácono faz a devida reverência ao altar como de costume. Durante a Oração Eucarística o diácono "por regra geral" ajoelha-se desde a epiclese até a elevação do cálice (179[134]). Durante o resto da Oração Eucarística, permanece de pé, próximo do altar, servindo o sacerdote quando for preciso, ao cálice e ao Missal. Nas concelebrações colocam-se sempre que possível um pouco atrás dos sacerdotes (215[167]). Após a comunhão do sacerdote, o diácono recebe da mão dele a comunhão sob as duas espécies. Terminada a comunhão, consome no altar o Sangue de Cristo que tiver sobrado (182[137]), eventualmente ajudado por outros diáconos e presbíteros. Compete-lhe também purificar os vasos sagrados na credência, após a comunhão ou logo a seguir à despedida do povo (183[138]).
S.D.L.