[ Tema Vivo ]



    Padre Remígio – memória no Ano Sacerdotal

    Vítor Ramos 


    Estamos no Ano Sacerdotal e nada melhor que recordar alguns sacerdotes que marcaram a vida e a memória do povo cristão. Gemunde teve durante mais de 50 anos um pároco que se distinguiu de todos os outros e que ainda hoje é recordado com saudade e amor – o P. Remígio Alves de Freitas.
    Nasceu a 26 de Outubro de 1914 em Gaia, sendo baptizado em Campanhã. Viveu a sua infância em Lagares, Penafiel. Ingressou no Seminário depois de concluir o ensino primário. No Seminário foi um excelente aluno. A 27 de Outubro de 1940, Solenidade de Cristo Rei, recebeu o presbiterado das mãos de D. António de Castro Meireles, que o nomeou Prefeito e Professor no Seminário de Trancoso. Em 1947, o P. Remígio pediu ao seu Bispo, D. Agostinho de Jesus de Sousa, que o enviasse para a vida paroquial. Assim, a 31 de Outubro de 1947 é nomeado pároco de S. Cosme e S. Damião de Gemunde.
     Em Gemunde promoveu uma intensa vida cristã, destacando-se as devoções que se realizavam de manhã cedo todos os meses (assim todos podiam participar), a catequese, a pregação e o maravilhoso relacionamento com todos os paroquianos. Fez com que o povo de Gemunde se orgulhasse de ser cristão! Sempre afável e bom para com todos, entregou-se todo a Gemunde. Um dos marcos da sua acção foi a Coroação da imagem de Nossa Senhora de Fátima, em 1960, com uma coroa feita de ouro (oferecido pelos gemundenses); deu assim início à grande Festa em honra de Nossa Senhora, altura em que se realizava a Comunhão Solene. Era o grande momento de festa do povo de Gemunde, somente com a componente religiosa: pregações, Missa Solene, procissão. O P. Remígio era possuidor de uma inteligência e memória notáveis. Durante alguns anos leccionou no Colégio de Nossa Senhora do Bom Despacho. A sua missão pastoral marcou profundamente a vida de Gemunde. Recebeu convite para doutorar-se em Roma, mas preferiu viver com os gemundenses.
    Teve bastante dificuldade em adaptar-se às mudanças conciliares, nomeadamente na liturgia e na catequese. Porém, continuou sempre firme no serviço à Igreja e a Gemunde. O povo de Gemunde muito deve ao P. Remígio. Destaca-se a sua grande bondade para com todos. Partiu para Deus em 25 de Fevereiro de 2002, com 87 anos de idade. Destes, 62 de sacerdócio e 54 como «pai espiritual de Gemunde».