Realizou-se, no sábado 26 de Setembro, o 10.º Encontro das Direcções dos Movimentos e Obras laicais da Diocese do Porto, congregando mais de uma centena de participantes.
O programa, já anteriormente divulgado pela VP, seguiu o esquema habitual.
A oração da manhã foi orientada pelo Senhor D. António Taipa, seguindo o modelo da lectio divina, leitura orante da Escritura: o medo, o pavor dos Apóstolos, ao pensarem que, nesta aparição de Jesus, Ele era um fantasma. Também nós temos os nossos fantasmas: os problemas, as dificuldades, os mais diversificados medos nesta sociedade aonde abunda o desemprego, a perda de valores, a solidão e marginalização de tantos homens. Desafiou-nos a caminhar sobre as águas, confiados no Senhor, sabendo que Deus em tudo contribui para o nosso bem.
Maria Leopodina Pinho agradeceu a D. António Taipa, Assistente deste Secretariado, o muito que nos tem ajudado, com o seu zelo incansável, com o seu testemunho de fé que nos deixa sem palavras, no crescimento da nossa fé e no entusiasmo pela Missão 2010. Agradeceu também a presença de todos os que acudiram a esta convocatória.
À descoberta de Cristo, foi o tema de estudo, a cargo do Senhor D. António Taipa.
O plano da sua exposição abrangeu os seguintes pontos: I Introdução; II O que será a Nova Evangelização; III O caminho para Jesus; IV Conclusão.
A Missão 2010
D. António começou por explicar a origem da Missão 2010. Foi uma iniciativa e proposta do nosso Bispo, D. Manuel Clemente, cujo lema é: Co-responsabilidade para uma Nova Evangelização. Esta proposta tem duas dimensões. A primeira é uma interpelação forte à responsabilidade de cada um na vida e na missão da Igreja que todos constituímos.A segunda visa sensibilizar-nos para a Nova Evangelização.
O que será a Nova Evangelização
Esclareceu que o vocábulo nova não tem a conotação de uma outra Boa Nova, mas designa uma segunda evangelização ou uma reevangelização. Reportando-se à história deste projecto pastoral, iniciado na América Latina, ao longo dos anos 60, foi, nos finais da década de 80, que João Paulo II propôs para toda a Igreja uma nova evangelização missionária, segundo o impulso que lhe foi dado, ad extra e ad intra, pelas recomendações e propostas do Vaticano II, retomadas e irradiadas pelo Sínodo dos Bispos. Na Christifidelis laici de João Pulo II, é recordada a actual urgência de uma nova evangelização. E, na encíclica Redemptoris Missio, o Papa afirma: As Igrejas de antiga tradição cristã, preocupadas com a dramática tarefa da nova evangelização, estão mais conscientes de que não podem ser missionárias dos não cristãos e de outros países e continentes, se não se preocuparem seriamente com os não cristãos da própria casa: a actividade missionária ad intra é sinal de autenticidade e estímulo para realizar a outra ad extra (R.M. n.º 34). Por isso, necessitamos de ser evangelizados para evangelizar.. Isto supõe ir À descoberta de Jesus.
O caminho para Jesus
Relembrando as palavras de Bento XVI : No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, um rumo decisivo. (Deus Caritas est, n.º1), insistiu que a identidade cristã se adquire no encontro com Jesus. É necessário redescobri-lo, apanhar o seu perfil humano e vê-lo na História da Salvação. Aprsentou o exemplo do episódio dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra, celebrar a Eucaristia e anunciar, evangelizar.
Linguagem de vida
D. António terminou a sua exposição, dizendo: Das Palavras à Palavra. Pelos homens até ao Homem. Do Homem até aos homens. Na redescoberta feliz da verdade destes na verdade de Deus que se viu em Jesus Cristo. Assim O descobrimos, O vivemos e O anunciamos. Três momentos inseparáveis, três momentos que se explicam e se exigem reciprocamente. Três momentos que se alimentam e fortalecem. Que acontecem na simultaneidade do Amor.
No diálogo com o conferente, foram reforçadas três ideias-chave: A nova evangelização procura que o que se faz se faça de uma maneira nova; supõe encontrar-se com os homens, no âmbito onde os homens estão; manifesta-se na linguagem da vida.
No trabalho de grupos foram propostas as questões: Na redescoberta de Jesus a que todos somos chamados, que posso eu fazer, ou em que posso melhorar a nível pessoal ou de Movimento, Obra ou Associação a que pertenço, no que diz respeito: à leitura da Palavra de Deus, pessoal ou em grupo?; à participação na Eucaristia?; à prática da Caridade na minha acção pessoal ou comunitária, de maneira organizada ou espontânea?
As respostas levadas ao Plenário indiciaram que o tonus vital da prática cristã das Organizações presentes é marcado pela assiduidade à oração pessoal e comunitária, pela participação cuidada na Eucaristia e por um exercício de caridade, feito por amor a Cristo.
Todos manifestaram a necessidade de um contacto com a Palavra de Jesus, mais alongado e sereno, um maior aprofundamento do sentido da Eucaristia e uma maior atenção aos predilectos de Jesus: os pobres, os doentes, os marginalizados.
D. António sublinhou que a caridade é a garantia da verdade de tudo o mais: encontro com a Palavra, participação eucarística.
O encontro concluiu-se com a oração de Vésperas, preparada pelo Caminho Neo-Catecumenal. (Inf.: Secretariado Diocesano dos Movimentos e Obras Laicais)