75 anos de história (1/5/1927 - 1/5/2002)
As zonas envolventes do Largo da Aguardente, hoje Praça do Marquês de Pombal, eram fracamente povoadas até meados do século XIX, ou mesmo até aos finais. A abertura de novas ruas - Costa Cabral, Constituição, Latino Coelho, João Pedro Ribeiro - , a requalificação da que hoje é Rua de Santa Catarina, nesta zona onde se cruzam ou passam a cruzar os trajectos de quantos se dirigem no eixo norte-sul ou no eixo nascente-poente motivam um crescimento demográfico que transformam profundamente toda a zona envolvente do velho Largo da Aguardente.
As igrejas paroquiais de Paranhos, Santo Ildefonso, Campanhã, Bonfim e Cedofeita estão longe do Marquês, e o número de fiéis cresceu.
Mas, por outro lado, a piedade das gentes desta zona conduziu a que se erigisse uma capela em honra de Santo António (da Aguardente) em 1875, e que só alguns votos dos irmãos da confraria não permitiram, desde logo, que fosse dedicada à Senhora da Conceição. Tempos difíceis surgiram, e a capela foi secularizada, fechada ao culto. Mas um grupo de cristãos mobilizou-se e surgiu a capela da Senhora da Conceição, na Rua da Constituição, cujo projecto inicial nunca chegou a ser concluído, e que seria dedicada em 6 de Dezembro de 1898. Mas, apesar de aberta ao culto esta capela, alguns fiéis mobilizaram-se, a partir de 1900, para conseguirem a reabertura da capela de Santo António, o que veio a concretizar-se em 1928, mas agora tendo como patrono S. Joaquim. Esta capela viria a ser demolida em 1958.
No início de 1927, D. António Barbosa Leão, Bispo do Porto, considerando a situação sócio-religiosa da zona envolvente da Praça do Marquês de Pombal, e de acordo com o código de Direito Canónico, inicia o processo de consultas ao Cabido e aos párocos das comunidades das quais seriam desafectadas algumas fracções do respectivo rebanho, para se constituir a nova paróquia.
Findo o processo de consulta e após alguns reajustamentos, o Ordinário Diocesano promulgou uma provisão, com data de 10 de Abril de 1927, criando a nova Paróquia da Senhora da Conceição, com sede "na Igreja do mesmo nome, sita na Rua da Constituição... que começará a funcionar desde o dia 1 de Maio do mesmo ano..."
Foram seus Párocos o Cónego Dr. Francisco Correia Pinto (1927/1936), Padre Manuel de Matos e Silva Soares (1936/1957), Padre Adriano Pacheco de Oliveira (1957/1974), Padre Dr. Marcelino António da Cunha Ferreira (1976/1994) e Cónego Carlos Alberto de Pinho Moreira de Azevedo (1994-2000). O Padre Rubens Humberto Ferreira Marques é pároco da Senhora da Conceição desde Outubro de 2000.
Muitas datas importantes poderiam ser lembradas como a do início da construção da nova igreja (marco da arquitectura dos anos 40 do séc. XX), o órgão de tubos, realizações de carácter religioso e cultural, sem esquecer a preocupação comum da Igreja Universal, que é a atenção aos mais desfavorecidos.
A comunidade está em festa pela passagem deste aniversário, sentindo que para uma comunidade é um tempo de vida muito curto, mas na sua memória estão tantos acontecimentos que revelam que o Pai está presente através de seu Filho, certos de que o Espírito Santo temk agido muitas vezes discretamente, nas obras espirituais e, porque não, nas obras materiais, para que a comunidade seja o que é hoje, consciente de que sendo pecadora, também pode contribuir para a santidade da Igreja.
(O programa das comemorações inicia-se hoje, dia 1 de Maio, com uma celebração presidida por D. Armindo Lopes Coelho, e encerra-se no dia 31 de Maio, com uma procissão de velas da capela da Senhora da Conceição para a Igreja Paroquial)