Albertino Costa
Assim, não seremos mais crianças, joguetes das ondas, agitados por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da astúcia que nos induz ao erro. Mas, seguindo a verdade com amor, cresceremos em tudo em direcção àquele que é a cabeça, Cristo, cujo corpo, em sua inteireza...., realiza o seu crescimento para a sua própria edificação no amor. Ef 4, 14-16
Uma rua estreita separa da igreja a casa onde viveu, em criança, João Paulo II.
Naturalmente, sempre que acordava abeirava-se da janela do seu quarto, que dava para a rua e, por conseguinte, para a igreja. Uma frase ali escrita cedo lhe começou a chamar a atenção O tempo foge e a eternidade espera.
Esta frase aparecia-lhe sempre que ele chegava à janela. Alguns dias evitada abrir a janela, mas uma força estranha o obrigava a fazê-lo, e a frase ali estava à sua espera O tempo foge e a eternidade espera.
João Paulo II confessou mais tarde ter sido este pensamento, que bastante influenciou a sua vida.
De facto o tempo avança e, se não o soubermos aproveitar, vamos a caminho da nossa destruição. É preciso encontrar enquanto é tempo o verdadeiro, o que não morre. Viver a vida em toda a extensão, eliminando de vez a mentira e o engano.
Deus manifestou-se com esta pequena frase. Forma estranha? De forma alguma!
Quando os homens vivem matando o tempo, têm dificildade em viver felizes e não acreditam que é possível dar um sentido diferente à vida.
Viver cheio de orgulho, muito senhor da exigência do mundo e da sociedade, não permite que nos apercebamos do bom e do mau que nos rodeia.
A educação da fé no seio de uma família cristã tem muito a ver com a formação das crianças e jovens, da sociedade de amanhã.
Não deixar fugir o tempo pressupõe uma continuidade de vida, ligando as frases do desígnio de Deus, demonstrando que se tem conhecimento dele.
João Paulo II sentiu que não vale a pena viver somente por causa do pão. A vida é muito mais que a rotina a que geralmente estamos habituados. Apesar de sermos livres, Deus vai escolhendo alguns a quem convida com alguma insistência, para anúncio do Seu Reino.
No momento supremo da revelação dos secretos desígnios, Deus conduz o homem à vida, comunicando-lhe, a pouco e pouco a sua própria vida.
Cada pessoa tem uma dignidade pelo facto de ser criatura de Deus que deve ser respeitada e não pode ser instrumentalizada. João Paulo II.
É através da sabedoria divina que podemos obter o discernimento para as nossas acções que nos levarão a encontrar um ideal de felicidade e na prosperidade individual e colectiva, na boa relação com Deus e na boa harmonia social.
Esta experiência de vida permite uma aproximação de Deus, aceitando o homem fazer parte da nova criação iniciada por Jesus Cristo.
O tempo foge e a eternidade espera... Uma caminhada de vida com Deus por perto, não permite que o tempo seja desbaratado, mas que a eternidade seja vivida, seja aceite, seja louvada. Assim, o cristão participa da plenitude de Cristo como membro do seu corpo dos seus sofrimentos e até da sua morte, mas também da sua ressurreição, pelo conforto, pela ternura e compaixão sentidos.
O homem que deixa fugir o tempo, nunca viverá na realidade e dará sempre uma resposta falsa; nunca terá noção de que a eternidade o espera.
João Paulo II soube cultivar e pôr a render o tesouro que havia nele. Exemplo maravilhoso para cada um de nós.
O tempo foge e a eternidade permanece... Deus fará um pacto. A paz se estenderá. A própria morte desaparecerá e a alegria substituirá o sofrimento e as lágrimas.