triunfo da vida
O sacerdote franciscano Nuno Serras Pereira tem-se distinguido pelos seus escritos em defesa da vida, publicados em diversos órgãos de comunicação, e sobretudo divulgados pela internet. O seu estilo truculento, que alguns apelidam de fundamentalista e polémico resulta de um espírito combativo em defesa da vida, fundado nos escritos sobretudo de João Paulo II, de que a contracapa apresenta a seguinte citação: É totalmente falsa e ilusória a comum defesa, que aliás justamente se faz, dos direitos humanos como por exemplo o direito à saúde, à casa, ao trabalho, à família e à cultura, se não se defende com a máxima energia o direito à vida, como primeiro e frontal direito, condição de todos os outros direitos da pessoa. (João Paulo II, Christfidelis Laici, 38).
As opiniões que expressa levantam sérias questões, a que procura responder. Ao mesmo tempo quer denunciar a superficialidade de muitas propostas, a defesa de interesses instalados e sobretudo o comodismo e ambições que se escondem por detrás dos chamados direitos e de das teorias que no fundo atentam contra a dignidade da pessoa humana.
No dizer da introdução, do autor, trata-se de alguns artigos ligeiros, escritos ao sabor das circunstâncias, e os da terceira parte colocados por ordem cronológica.
Refere ainda que o livro é formado de três partes: 1) pequenos textos, em jeito de tópicos; 2) em torno da defesa da vida, textos mais aprofundados, que considera o tronco do livro, e passagem para a terceira parte; 3) artigos de intervenção e debate.
O seu desejo é que o livro possa concorrer para um maior interesse e mobilização, não só dos católicos, mas das pessoas de boa vontade, em defesa da civilização da vida e do amor.
Boa é a intenção. Mas um estilo mais pausado, mais reflectido e reflexivo e menos politicamente conotado poderia ser mais eficaz na realização deste desiderato. Opinião pessoal, claro. (CF).
Padre Nuno Serras Pereira, O triunfo da vida, Editora Crucifixus, 288 p.
Mudar o poder local
Eis que surge mais um livro que irrompe ventos de mudança: "Paulo Morais, mudar o poder local". Foi apresentado no famoso café portuense Majestic, a 30 de Maio. O autor é o jornalista António Freitas de Sousa, que apontou a importância do livro centrada na entrevista de 7h. com Paulo Morais. Não é matéria de 'casos de polícia', mas naquilo que é o poder local em 2005/6 e o que deveria ser futuramente. É também importante para memória de futuro. É triste e algo pouco próprio.
A procuradora Maria José Morgado aceitou o convite de Paulo Morais, que "não conhecia mas que aceitei por uma atitude de solidariedade na altura duma série de denúncias", por parte do ex-autarca. Confessou ainda que "é sempre com gosto que venho ao Porto, apesar de o associar a 'grades', porque no Colégio onde andei muitos anos tinha grades". Quanto ao livro, incumbida de o apresentar, afirmou ser "sobre cidades e urbanismo, com uma forma exemplar e alegórica. Começa na cidade do Porto e acabamos por estar no País. Há uma harmonia, há uma ética, há uma transparência. O livro identifica mecanismos sórdidos do urbanismo: amalgama legislativa; confusão legislativa; complexidade dos PDM's e do planeamento; magia da valorização de terrenos; vigarices locais; urbanismo negro; crónica dependência dos partidos e dos imobiliários.
A identificação destes 7 pecados e outros fenómenos levanta outras questões pertinentes. Há neste momento um vazio de actuação na governação de justiça, da justiça relativa. Os tribunais não têm revelado capacidade de resposta. Temos que combater o fatalismo da corrupção, para que não se agrave".
Por último, o protagonista deste livro, Paulo Morais, apontou o livro como sendo "um exercício de cidadania que faço, reflectindo na má gestão pública em que vivemos. Como a situação é difícil há que analisar a razão para se chegar até ela. Há 3 falhas graves: o planeamento, o licenciamento e a fiscalização. O que falta no País é organização e organização é política, logo falta organização política". Terminou deixando mais dois fortes apelos: "Importante é dar melhores condições de vida aos portugueses e não dar emprego ao amigo lá da terra. Estas são as minhas ideias para o País, porque sou um homem livre e onde sinto que a liberdade nacional está ameaçada". Este é, de facto, um livro a ter! (André Rubim Rangel)