Quase cem educadores do Escutismo da diocese do Porto, a maior parte dos quais dirigentes, participaram, na Casa Diocesana de Vilar, na noite do dia 14, na Missa do Espírito Santo, presidida pelo Assistente Regional, P. José Nuno, e concelebrada pela maior parte dos assistentes dos sete Núcleos em que a Região do Porto do CNE está organizada.
Os participantes no curso Dimensão Espiritual e Animação da Fé (DEAF), o primeiro curso sistemático de formação de animadores da Fé para os agrupamentos, organizado no Escutismo Católico Português, vão iniciar a sua formação que decorrerá até ao Pentecostes do próximo ano. Esta iniciativa nasce das pistas de acção apontadas pelo Congresso Regional «Rumos para o Futuro», que coroou o longo processo de revisão de vida com que, no ano de 1995, foi assinalada a celebração dos setenta anos de Escutismo nesta Diocese e no qual participaram mais de quinhentos dirigentes e caminheiros da quase totalidade dos cerca de cem agrupamentos da Região. A Exortação Pastoral «O escutismo, escola de Educação», nesse ano publicada pela Conferência Episcopal, sublinhava: «A renovação do CNE passa primeiramente pelo perfil humano e cristão e pela adequada formação dos dirigentes. A formação sólida integra concretamente a formação cristã de base que fundamenta a identidade cristã... Só quem for primeiramente evangelizado pode, depois, evangelizar por sua vez».
A finalidade do DEAF é, pois, tornar cada dirigente do CNE participante, um sujeito mais consciente da sua Fé - ser evangelizado - e capaz de a pôr em jogo na educação escutista - evangelizar - de que é agente. Para isto, o Curso procurará ser uma oportunidade para cada um amadurecer pessoalmente na consciência da Fé e do compromisso eclesial e histórico dela decorrente e quer: «realizar um percurso completo de formação doutrinal cristã, sistematizada segundo o critério dos cinco pólos educativos da pedagogia geral do Escutismo; descobrir o lugar e as responsabilidades eclesiais e pastorais do Escutismo Católico; aprofundar a consciência da dimensão espiritual própria do Escutismo; iluminar cristãmente esse específico escutista; reconhecer as possibilidades que o Método Escutista oferece à educação da fé; ensaiar técnicas, modos e meios de animação e celebração».
Os formandos são provenientes de cerca de sessenta dos cem agrupamentos da Diocese. O percurso de formação, que durará ano e meio, inclui sete fins-de-semana, em regime de internato, além de uma série de outros encontros intercalares, principalmente ao Sábado de manhã. A sistematização doutrinal foi feita segundo o critério das finalidades da educação escutista, que fazem parte da pedagogia geral do movimento.
O primeiro período, constituído pelos conteúdos referentes ao pólo educativo da relação com Deus, visa aprofundar conhecimentos sobre o ministério de Deus, Jesus Cristo, a Bíblia, a Igreja, os Sacramentos, possibilitando a cada um uma consciência mais viva da sua condição cristã e a capacidade de a assumir com mais autenticidade. O segundo período, que integra os pólos educativos da relação consigo mesmo, enquanto corpo e enquanto carácter, partindo dos fundamentos anteriormente enunciados, debruçar-se-á sobre a Antopologia e a Moral que a Igreja anuncia. E o terceiro período, integrando os pólos educativos relação com os Outros e com o Meio, procurará as consequências sociais e culturais da Fé, pelos caminhos da Doutrina Social da Igreja. Além disso, também o Ecumenismo e o Diálogo inter-religioso serão tema a tratar.
A Equipa de Formação, para além do apoio de especialistas para cada uma das áreas, integra um conjunto de formadores em número suficiente para acompanhar pessoalmente cada um dos formandos. Além disso, em Vilar, ao longo de todo o tempo que durar o DEAF, funcionará um gabinete de atendimento, todas as noites de quarta-feira.
O início oficial do Curso será, na Sé Catedral, na tarde de Domingo, dia 1 de Fevereiro, em concelebração presidida por D. Armindo Lopes Coelho, Bispo do Porto que encerrará o primeiro fim-de-semana. Nesta mesma ocasião será evocada a memória do Padre Ângelo Ferreira Pinto, assistente regional há um ano falecido e que sonhou o Curso, mas não chegou a poder realizá-lo.
A Região do Porto do CNE quer, assim, «preparar-se para, mais consciente e responsavelmente, responder aos desafios da nova evangelização tornando-se capaz de aplicar as possibilidades pastorais que caracterizam o seu método educativo, quando este se torna lugar de anúncio da Fé».