André Rubim Rangel
No domingo, dia 15 de Outubro, a Igreja da Lapa e ruas envolventes (Antero de Quental, Damião de Góis, Camões, João das Regras e Praça da República) viveram momentos únicos e festivos já inexistentes no Porto, de há meio século para cá: uma Procissão à Antiga, com andores elaborados e representados em seda. Foram 5 as imagens que saíram à rua: Senhora da Lapa, Santo António, S. João, S. Brás e Santa Rita, acompanhadas pelos membros dos vários grupos e movimentos da Comunidade da Lapa com suas insígnias, bandeiras e objectos e por várias figuras alegóricas, onde não faltaram a do Bispo (só alegoricamente), a dos Anjos, a da Sagrada Família e N.ª Senhora no burro (fuga para o Egipto). Também presentes na Procissão estiveram a Fanfarra de Vale de Cambra, duas montadas da GNR e 5 Coros, entre os quais um Rancho local de Professores. Outra particularidade a registar nesta extensa Procissão comemorativa do 250º aniversário da Igreja da Lapa, com as nuvens a aguentarem-se e a permitirem que perto dum milhar de pessoas acorressem, foi a presença de músicos espalhados por algumas das varandas ao longo do percurso. Esta foi uma resposta positiva por parte de alguns habitantes da zona, que corresponderam atempadamente ao pedido do Reitor da Igreja, Cón. António Ferreira dos Santos, assim como ao enriquecimento de janelas e varandas, que estavam belas e repletas de colchas coloridas e de flores. Antes do andor da Sr.ª da Lapa também se fazia memória histórica à Monarquia (altura da Dedicação da Igreja) e ao Brasil (relação da Igreja com D. Pedro IV, que guarda o seu coração, doado ao Porto), com as bandeiras respectivas. Digno de se ver e de se repetir! O Cón. Ferreira dos Santos já explicara na semana anterior que a razão do interior da Igreja estar enfeitado com panos azuis e brancos não se devia a nenhuma alusão clubista, mas por serem as cores correspondentes à Ordem da Lapa.
O programa comemorativo desta célebre data continua até ao fim do ano, para depois serem compilados todos estes momentos num DVD para perpetuar esta história da Lapa, preciosa, sobretudo, de música, arte e cultura!