[ Especial ]



    A lição do crucifixo

    Alexandrino Brochado


    Há certos políticos de pendor esquerdista que, em vez de resolverem os gravíssimos problemas que nos afligem, ainda por cima vêm insultar o povo nas suas crenças mais profundas e na sua identidade nacional da cultura e fé que sempre professaram. Refiro-me à campanha que se tem desenvolvido a favor da exclisão do crucifixo nas escolas. O povo, senhores políticos, o que deseja é que melhorem as suas condições de vida, povo sufocado por tantos impostos e por tantas limitações nos seus modestos, às vezes super modestos, recursos pecuniários.
    Não se preocupem com o pretenso choque psicológico que a presença do crucifixo pode causar na sensibilidade dos meninos e das meninas das nossas escolas estatais. Preocupem-se, sim, com outras coisas, verdadeiramente chocantes, no domínio da pornografia que campeia desenfreada nas nossas escolas. Aí sim. É bem visível o choque negativista nos meninos e nas meninas das nossas salas estatais. A presença do crucifixo é a lição perene dum Homem-Deus que passou a vida a fazer o bem e que deu essa mesma vida por um ideal sublime que sempre O norteou. Esta é a grande lição do crucifixo, válida para todos, até para os que não são cristãos. Este aspecto positivo da vida de Cristo é que deve impressionar todos os meninos e meninas das nossas escolas, mesmo os que não praticam as verdades do Cristianismo. Até onde nos levaria o escrúpulo de não querer ferir a sensibilidade dos meninos? Nesta linha de pensamento e da acção, amanhã teríamos de proibir as missas campais e as procissões, teríamos de tirar a imagem do Cristo Rei de Almada, do Cristo do Corcovado, teríamos de tirar as cruzes dos cemitérios, etc, etc...
    O crucifixo é um símbolo glorioso desde o alto das montanhas às belas ermidas dos nossos campos e aldeias, sem esquecer o gesto lindo das nossas mães que abençoavam com as suas mãos calorosas o pão que deitavam ao forno para cozer.
    Tirar o crucifixo das escolas é atentar contra a centenária cultura do povo português, fruto das lucubrações de meia dúzia de maduros que nada fazem e que, se calhar, julgam que vão descobrir a pólvora. Se tal vier a acontecer por iniciativa de determinada esquerda que se farta de bater palmas às manifestações serôdias de esquerdismo bafiento, é uma pena, uma grande pena. Oxalá que os corifeus desta barbaridade nacional não andem a urdir o alçapão onde vão cair.
    Uma ofensa destas à entidade cultural da Nação nunca poderá ficar sem uma resposta. A medida que poderá ir avante por algum tempo, de apearem os crucifixos das escolas em nome duma discutível laicidade, não passa dum estúpido acto de intolerância e uma provocação indigna e gratuita. Trata-se do achincalhamento de valores que às famílias cristãs dizem tanto como uma Bíblia. A cruz do Redentor não somente faz parte da nossa vida e do nosso quotidiano, desde o berço à sepultura, como significa a escola onde as gerações precedentes apreciaram e ensinaram as virtudes do civismo, da dignidade e da honra, da religião e do amor ao próximo.