[ Especial ]



    Deus chama…

    Na semana dos Seminários


    Filhos de Deus para sermos bons irmãos só o seremos se a nossa relação com o Pai for aquela que Jesus Cristo propõe no Evangelho. Somos também filhos de Maria de Nazaré pela vontade de Deus expressa em Jesus Cristo nas palavras dirigidas a Maria “eis o Teu filho” e a João “eis a tua Mãe”. Jesus alcançou para nós esta relação filial-maternal que completa a nossa relação de irmãos do próprio Jesus e irmãos uns dos outros. Temos em Jesus o Irmão primeiro que Deus nos deu para podermos ser entre nós “bons irmãos”.
    Jesus, na Sua missão de Irmão nosso, mostrou e disse tudo o que precisamos saber e fazer para se realizar na terra o sonho do Amor. O Amor que é Deus e o Amor que Jesus viveu e nos convida a viver: “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Esta é a chave de toda a nossa religiosidade. Por mais que amemos, nunca conseguimos amar igual a Jesus. Mas podemos, e devemos, aproximar-nos do Amor de Jesus, tentando dar o nosso melhor em cada situação. Dar o nosso melhor é o caminho para a plenitude da vida.
    No chamamento da Criação à perfeição, Deus chama cada um de nós, pelo nome, a entrar na relação com Ele, a deixar-se amar por Ele. O nosso nome anda ligado ao nosso baptismo na graça do chamamento que precede a nossa existência. E, segundo Jesus disse, o nosso nome está escrito no Céu. É preciso honrar o nosso nome e Deus continua a chamar nesse sentido. Deus chama cada homem e cada mulher a crescer no seu nome, em graça, em sabedoria, e em humanidade, que o mesmo é dizer, no amor.
    É missão nossa responder ao chamamento de Deus, levarmos as nossas capacidades, os talentos, as possibilidades individuais, políticas, sociais e religiosas aos lugares aonde Deus chama. Nas dinâmicas do bem comum e em função do amor, Deus chama aqueles que podem mais a irem aos que podem menos. Filhos do mesmo Pai, somos todos irmãos com o potencial “Jesus Cristo” o Irmão por excelência, o mais velho e o Amigo a pegar-nos ao colo sempre que necessário.
    Porque Deus não abandona a Sua criação, Ele chama sempre e de muitos modos. Deus chama como quer, quando quer e para onde quer. A voz de Deus é para ser ouvida, mas só pode sê-lo na atenção dada ao chamamento.
    Deus chama-nos também e particularmente por Maria, a Mulher inteira e única de entre a Criação que Deus sonhou e preparou para ser a Mãe de Jesus e nossa Mãe. Na fidelidade ao chamamento de Deus, Maria também nos chama. Ela chama-nos a viver o Evangelho de Jesus para, deste modo, respondermos a Deus.
    Somos os filhos de Deus e somos também os filhos de Maria. Temos o Pai e a Mãe do Céu a velarem por nós noite e dia, sempre. Temo-Los para com Eles nos familiarizarmos na relação que passa pela oração, sempre filtrada na Oração de Jesus que permanentemente reza por nós ao Pai. A oração estabelece a relação e cria a intimidade. Maria, a primeira orante e a Mestra na oração, chama-nos à oração para melhor podermos fazer o que Jesus nos diz. Ao aconselhar-nos a fazer o que Jesus nos disser, Maria ensina-nos também a honrar o nosso nome na imagem e semelhança de Deus que somos. Com a Sua solicitude, os cuidados e muita ternura maternal, sempre à frente no caminho para a plenitude humana, Maria procura conduzir-nos à vida que agrada a Deus.
    Rezar por Maria, com Maria e até a Maria é entrar no caminho da plenitude humana. A nossa oração, mesmo a de petição a Maria, é louvor a Deus. O nosso pedido a Maria passa pela nossa condição de filhos. É normal pedir à Mãe que interceda por nós. A intercessão de Maria pode fazer-nos escutar mais depressa o Deus que chama.

    Margarida Rosa Vieira