Cultura teológica portuguesa
No decurso da terceira Semana de Estudos Teológicos, realizada pela Universidade Católica em Lisboa, tendo como tema «As razões da nossa esperança - A caminho do terceiro milénio», realizou-se uma sessão destinada a apresentar duas novas edições. Uma, a do volume intitulado Creio na Vida Eterna, contém as lições proferidas na Semana Teológica anterior, a segunda, efectuada em 1997.
A outra constitui trabalho de vários autores sobre Jesus Cristo, o Eterno no Tempo. Pretende fornecer aos cristãos alguns pontos de apoio para uma reflexão sobre o valor do tempo na perspectiva da salvação em ordem à preparação do Jubileu do Ano 2000.
Joaquim Oliveira Bragança estuda «A primeira exposição cristológica da teologia na chamada Epístola de Barnabé», redigida à volta do ano 3 Teresa Maria da Costa Pereira ocupa-se de «O nascimento virginal do Cristo no Diálogo com Trifão de S. Justino», o padre apologista da patrística grega do século II. Um «Hino a Cristo Salvador» de Clemente de Alexandria, é apresentado em tradução do Grego por Amadeu Torres.
Henrique Noronha Galvão trata de «A Fé na Paixão e Morte de Jesus Cristo», não em perspectivas historiográficas mas em originais linhas teológicas. João Duque interroga: «História do Absoluto ou Absoluto da História? - considerando a possibilidade de uma manifestação histórica do Absoluto (transcendente à História, por definição), manifestação que, como tal, terá que ser relativa e absoluta simultâneamente, e portanto paradoxal, impensável, indizível.
Dando-se conta de que a Teologia moral cristã encontra grandes dificuldades em incluir no seu discurso a referência a Jesus Cristo como dado de primeira grandeza na sua forma e no seu conteúdo, Jorge Teixeira Cunha discute «Moral e Cristologia» - Na moral autónoma e na ética narrativa». Juan Francisco Ambrósio trata de «Jesus Cristo Mediador do Encontro entre Deus e o Homem». «Vidas de Jesus» é o estudo da pessoa de Jesus exclusivamente à luz da história, que está na ordem do dia, realizado por Joaquim Carreira das Neves, já que Jesus deixou de pertencer apenas à fé das Igrejas, com os seus cultos, ritos e dogmáticas, para sair para a rua e ser discutido em jornais, revistas, rádio e televisão e até ultimamente na Internet.
O Doutor Manuel Isidro Alves, Reitor da Universidade, escolhendo a relação «Jesus Cristo e o doente», salienta que para melhor compreendermos o significado dos gestos e das palavras de Jesus na sua relação com os doentes devemos ver, antes de mais, o que no Antigo Testamento se acreditava em relação ao sofrimento e morte, para passar-se à análise dos Evangelhos.